Arrasador

Tenho uma impressão, que é mais do que um simples palpite: Zé Roberto está perdendo o lugar no time titular do Grêmio. Sua lesão abriu espaço para a entrada de Dudu, que vinha mesmo pedindo passagem. E o Tricolor, em dois jogos sem seu camisa 10, sejamos francos, não sentiu a menor falta dele. Diante do Newell's, uma grande atuação fora de casa, que poderia ter sido de vitória, mas ainda assim foi um valioso empate; ontem, contra o Juventude, um massacre dentro da Arena.

Nada disso é culpa de Zé Roberto, que foi bem quando jogou, muito menos é simplesmente só mérito de Dudu, que é mais do que um atacante veloz - é também um meia sem a bola, que marca com afinco e fecha os espaços. Talvez seja pelo fato de que o Grêmio não só vem jogando muito bem, mas vem crescendo jogo a jogo. Não há time no Brasil, talvez só o Santos se aproxime, que venha tendo desempenho sequer parecido nestes primeiros três meses do ano. Contra o Juventude, o time de Enderson Moreira exagerou na qualidade da atuação: não fossem os três gols de Barcos, teríamos dificuldade em apontar quem foi melhor. Dudu? Luan? Wendell? Até Alán Ruiz, nos 15 minutos em que esteve em campo, fez grandes jogadas. O que mostra que há também um banco de reservas com ótimas opções.

O Grêmio tornou o jogo fácil com o gol cedo num raro cruzamento bem feito de Pará para Barcos. A impressão é de que resolveria as coisas no primeiro tempo, criando uma chance atrás da outra. Roger, com ousadia incomum para técnicos novos que enfrentam, com uma equipe de Série C, um timaço do outro lado, perdeu o lesionado Vacaria e apostou no atacante Ermel, que entrou bem. O primeiro tempo terminou equilibrado porque o Grêmio tirou o pé, mas no segundo, com uma mecânica ofensiva implacável e envolvente, o Tricolor fez mais dois e poderia ter goleado por ainda maior diferença.

Mata-mata e clássico à parte, o Grêmio é a melhor equipe do Brasil neste começo de ano, e talvez, time por time, seja o favorito ao título estadual da temporada. Muito também pela postura, por não pensar já em um suposto Gre-Nal decisivo no domingo que vem: todos alertam para os perigos do ótimo Brasil de Rogério Zimermann, melhor time do interior atualmente. É jogo duro, mesmo em casa, e mesmo para quem vem jogando demais, como este Grêmio de Enderson Moreira.

Em tempo:
- Não pude ver o clássico entre Real Madrid e Barcelona, mas sem dúvida foi o jogo do ano esse 4 a 3 para o Barça. Dois timaços, um gênio de cada lado, sete gols, muitas viradas e um campeonato que fica absolutamente embolado, com liderança do Atlético Madrid. Um jogo histórico, dirigido por um árbitro varzeano no Santiago Bernabéu.

- Trocarei uma possível semana Gre-Nal por uma semana de superclasico argentino. Em meu último período de descanso do semestre, vou até Buenos Aires justamente na semana que antecederá o Boca-River, que será na Bombonera, no próximo dia 30. Voltamos dia 31, com a análise da primeira final do Gauchão 2014. O Carta na Mesa ocorrerá normalmente na segunda e na quinta-feira, 13h, com apresentação de Igor Natusch.

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