Muito na briga

A vitória do Chelsea sobre o Manchester City foi talvez o resultado mais importante do Campeonato Inglês até agora. Não apenas porque quebrou uma sequência de 11 vitórias da equipe de Manuel Pellegrini em casa no campeonato, mas porque embolou de vez a briga pelo título e colocou a equipe de José Mourinho, a que disparadamente vai melhor nos confrontos diretos entre os candidatos, na lista de postulantes, com os mesmos 53 pontos do City e apenas dois atrás do líder Arsenal.

Como o velho Chelsea campeão europeu de 2012, ou a Internazionale de Mourinho, campeã continental de 2010, este Chelsea atual é traiçoeiro. Ninguém se defende melhor que o time londrino, com os firmes Terry e Cahill protegidos pelos seguros David Luiz e Matic, além de Ivanovic e Azpilicueta, dois laterais que pouco sobem. E o time tem velocidade de sobra nos contra-ataques. Ramires, Willian, Hazard e Eto'o são lisos. O belga, craque da partida desta segunda-feira, foi absolutamente imparável. Zabaleta, ala destro do City, de certo sonhou com ele esta noite.

Sempre com mais posse de bola e propositor das ações do jogo, o Manchester City encontrou inúmeras dificuldades para furar o bloqueio de Mourinho. É certo que Agüero faz falta, mas Negredo vem em grande fase, e David Silva e Jesús Navas são dois demônios pelos lados, capazes de abrir qualquer defesa. No primeiro tempo, porém, ambos foram engolidos pela marcação. Perigo mesmo, só nas saídas de trás do excelente Yaya Touré, mas era pouco. Na velocidade de seu quarteto ofensivo, o Chelsea construiu o golaço de Ivanovic e teve as melhores chances para empatar.

O segundo tempo foi emocionante, já que o time da casa veio com tudo em busca, mas cedia cada vez mais espaços. Até meia hora de jogo, as equipes trocavam chances de gol, sempre na lógica "City atacando, Chelsea contra-atacando". A melhora do time da casa passou pelos lados: Navas fez misérias pela direita, e Kolarov levou sempre muito perigo no apoio pela esquerda. A artilharia é que estava descalibrada, pois os arremates de Dzeko, Jovetic, Silva e Touré não encontravam o gol. Quando David Silva o fez, batendo falta com perfeição, Cech foi buscar, no ângulo.

O Chelsea não tem o poderio ofensivo do Manchester City, dono de uma incrível média de quase três gols por jogo neste Campeonato Inglês, nem a regularidade do quase-sempre líder Arsenal. Porém, é uma equipe muito sólida, bem treinada e constituída, que tem ganhado a maioria dos jogos decisivos. É, hoje, o time mais pronto para ganhar o título da temporada. Tem 14 rodadas para buscar esses dois pontinhos de diferença para os gunners.

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