As dificuldades no Jaconi

Eram esperadas as dificuldades que o Grêmio teria no Alfredo Jaconi. Fora a força do Juventude e os habituais problemas que o Tricolor tem encontrado lá nos últimos anos, havia o fato de que a equipe caxiense já está em seu quinto jogo no ano, contra o segundo do time de Enderson Moreira. O forte calor também maltrata mais quem está atrás fisicamente, e colaborou bastante neste sentido. Tudo ajuda a explicar o empate em 1 a 1, inclusive problemas técnicos apresentados pelo próprio Grêmio, que têm de entrar nesta conta.

A equipe da Capital tentou impor um ritmo forte nos minutos iniciais, com sua marcação adiantada, mas visivelmente a alta temperatura não permitiria que isso se alongasse por muito tempo. O Juventude, passados 10 minutos, começou aos poucos a se soltar, encontrando em Diogo Oliveira uma arma. Ele se desprendia de trás com liberdade, já que era pouco marcado. O primeiro combate não era feito, o que facilitava as coisas para o Ju, pois Maxi Rodríguez não fazia esta marcação inicial - o uruguaio passou a tarde toda em baixa rotação, provavelmente sentindo problemas físicos. Além de não conseguir auxiliar neste combate, não conseguia dar seguimento a nenhuma jogada.

Ainda atrás do Juventude em termos físicos, o Grêmio se via cedo atrás no placar também, o que dificultava em dobro a tarefa. No primeiro tempo, a equipe só conseguia chegar pela esquerda, em boas subidas de Wendell, mas o Ju era mais perigoso, especialmente nos contragolpes que pegavam a defesa de calça curta. Na segunda etapa, mudou um pouco o posicionamento do Tricolor, mais adiantado e com maior posse de bola, o que permitiu um controle maior do jogo. Mesmo sem uma articulação que se aproximasse, Barcos cresceu, dando maior poder de fogo ao ataque, mas faltava mais intensidade. Ela só foi obtida com a saída de Maxi e a entrada de Jean Deretti. Em um chute a gol, defendido parcialmente por Fernando, ele fez mais que o uruguaio em todo o jogo - Wendell empatou no rebote. Deretti deu a intensidade que Maxi não conseguia dar, o empurrão que faltava para o já merecido gol de empate gremista.

A ótima notícia foi justamente Wendell, e não apenas pelo seu gol, mas toda a atuação. Não comprometeu na marcação e foi sempre uma arma importante no apoio. Parece não sentir o peso da camisa tricolor e tem potencial para substituir Alex Telles até com vantagens. Barcos foi outra boa notícia, especialmente pelo bom segundo tempo que fez. Já Kleber decepcionou - contra o Aimoré não havia ido bem, e ontem mais tentou cavar faltas que jogar. O Grêmio precisa de uma sombra para o Gladiador e para Barcos também, ainda não tem bons atacantes reservas. Para Maxi já há Ruiz, e quem sabe até Deretti, que entrou bem no segundo tempo, tarefa que um reserva deve assumir mesmo.

Dentro do esperado
O que se viu no Vale foi o primeiro Inter de 2014 com força ofensiva e alguns problemas defensivos também, bem dentro do que se esperava, como o próprio placar de 4 a 1 deixa bem claro. É bom Rafael Moura ter começado o ano marcando gols, é disso que vive o centroavante. Quarta-feira há o Pelotas na Boca do Lobo, um teste mais forte, justamente antes do Gre-Nal. Se o Grêmio vier de titulares, aí sim teremos uma primeira exigência de alto nível para este duvidoso sistema defensivo de Abel Braga.

Tudo verde
É ótimo o começo de ano do Palmeiras. Único time com 100% de aproveitamento no Paulistão, o Verdão bateu com autoridade o São Paulo titular de Muricy Ramalho no Pacaembu por 2 a 0. Com alguns reforços a mais, tem tudo para fazer boa campanha em toda a temporada.

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