Apontamentos de Santa Cruz de la Sierra



A grande festa da torcida do Oriente Petrolero ao final da vitória por 1 a 0 sobre o Nacional não deixa dúvidas: a equipe boliviana obteve um resultado capaz de defender em Montevidéu. Mas, apesar de ter merecido o resultado, o time de Santa Cruz de la Sierra mostrou que, tecnicamente, é pior que o uruguaio. Uma constatação pouco surpreendente, mas que traz um clima de total indefinição para o jogo de volta.

O Nacional foi à Bolívia desfalcado de alguns de seus principais jogadores. O muito técnico Nacho González, o potente Santiago "Morro" García e o experiente Arismendi, suspensos por dois meses após a pancadaria no clássico da pré-temporada contra o Peñarol, fizeram falta - e podem fazer contra Grêmio, Newell's e Atlético Nacional, se o Nacional passar e a suspensão persistir. A equipe de Gerardo Pelusso foi a campo com Ramos, De Pena e até o jovem Pereiro, este no segundo tempo. Um time bem diferente do titular, especialmente no setor criativo.

Essas ausências pesam mais do que parece. A falta de jogadores criativos dificultou demais as coisas para a equipe uruguaia, já que o gramado do Ramón Tahuichi Aguilera estava em péssimas condições, devido às fortes chuvas que castigam a Bolívia há pelo menos uma semana - e isso que no segundo tempo, já sem chuva, as condições melhoraram. Tal fator nivelou o jogo por baixo: foram 99 passes errados, um número altíssimo e que ajuda a entender o que foi a partida em termos técnicos.

O Oriente Petrolero se deu melhor com a grama molhada, e sejamos justos: jogou melhor que o Nacional e mereceu a vitória. Meleán, titular da seleção boliviana, fez uma proteção segura da zaga. Quero e Duk criaram problemas para a lenta defesa uruguaia, que teve em De los Santos o pior jogador em campo. Mojica, autor do gol, foi o destaque, se desprendendo bem de trás, arrematando de fora da área e ajudando a armar jogadas. Vale lembrar que se Pelusso teve desfalques, Tabaré Silva também chegou com problemas à partida: Peña, atacante que faz dupla com Duk, não apresentou condições físicas de jogo, o que obrigou a equipe a mudar do 4-4-2 para o 4-2-3-1. Uma troca bem significativa antes de uma partida importante.

O Nacional, apesar dos problemas de criação e do pouco poder de fogo, ainda é o favorito a passar. Tem um time melhor e pode fazer até mais do que 2 a 0 no Parque Central para sair com a vaga. O problema é sofrer um gol, que obrigará o time a fazer 3 a 1. E o fantasma do Real Garcilaso, que era também mais fraco que o Bolso em 2013 e acabou eliminando-o da Libertadores após ganhar em casa por 1 a 0 no primeiro jogo.

Tudo aberto
Entre Monarcas Morelia e Santa Fé, tudo está igualmente aberto. O time mexicano abriu 2 a 0 e parecia próximo da classificação, mas o gol colombiano de Omar Pérez, no finzinho do jogo, reabriu totalmente a disputa. Trata-se de um dos confrontos mais equilibrados desta fase preliminar, e quem passar certamente oferecerá dificuldades ao favorito Atlético Mineiro. Hoje tem a estreia dos brasileiros, Botafogo e Atlético Paranaense, fora de casa, diante de Deportivo Quito e Sporting Cristal. Parada dura para ambos.

O sexto primeiro Inter de Abelão
A quinta reestreia de Abel Braga pelo Internacional terá o time reserva turbinado com dois jogadores do sub-23, os laterais Cláudio Winck e Raphinha. Interessante notar que o esquema, o 4-2-3-1, é em princípio o mesmo que Abelão aplicará ao time titular. E Otávio, que jogará hoje contra o São Paulo-RS, é reserva de Jorge Henrique nesta largada de ano.

O jogo mais difícil
O time sub-23 do Grêmio deve ir a Pelotas com um objetivo: evitar a derrota para o Brasil, que certamente será muito apoiado pela torcida xavante e tem apresentado um dos melhores times do interior neste começo de Gauchão. É o teste mais forte para a equipe de Mabília até agora. Noite para conferir mais de perto o rubro-negro pelotense e o desempenho de Breno, Luan e Everton, destaques do Grêmio sub-23 até agora.

Em tempo:
- Parece pura especulação, felizmente, mas a ida de Júlio César para o Grêmio seria ininteligível. Embora aposta de Felipão para a camisa 1 na Copa, o goleirão há tempos não vem bem. É reserva do fraco Quuens Park Rangers, da segunda divisão inglesa, e brecaria a justa ascensão de Marcelo Grohe. Fora que iria na contramão da política de baratear o elenco, iniciativa que já tirou da Arena nomes como Elano e Marcelo Moreno. Não é o momento para esta contratação.

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