Uma Ponte entre 2010 e 2013

Três anos atrás, o cenário era o mesmo: um time que havia feito um bom Campeonato Brasileiro, chegando na 4ª colocação, não pôde comemorar sua vaga para a Libertadores no dia em que confirmou o G-4, pois três dias depois havia a final da Copa Sul-Americana. Nela, um clube rebaixado no Brasileirão vinha surpreendendo a todos, tirou um grande paulista na semifinal e poderia ser o campeão diante de um adversário argentino, na Argentina.

O drama vivido por Grêmio e Goiás em 2010 será repetido hoje à noite por botafoguenses e ponte-pretanos. Há três anos, o Grêmio levou a melhor, embora as maiores chances fossem goianas: o Independiente era um dos lanternas do Campeonato Argentino, tinha um time fraquíssimo (talvez pior que o do próprio Goiás rebaixado) e levara 2 a 0 no jogo de ida. Mas, na base da camisa, reverteu a desvantagem, fez 3 a 1, segurou a pressão goiana na prorrogação e ganhou o título nos pênaltis. E a vaga para o Grêmio.

Agora, o Botafogo vive situação menos dramática que a do Tricolor Gaúcho. O jogo de ida, no Pacaembu, foi 1 a 1, e o Lanús, ao contrário daquele Independiente, disputa o título argentino. Em São Paulo, ficou claro que Somoza, Velázquez e companhia formam um time bem melhor que a somente esforçada Macaca. Mas há alguns poréns: a camisa não pesa tanto quanto a daquele Independiente e a Ponte Preta, bem, é um time talhado para contra-atacar e ganhar fora de casa. Eliminou Criciúma, Vélez e São Paulo deste modo. Até nisso a Ponte é parecida com aquele Goiás, que tirou Grêmio, Avaí e Palmeiras também com vitórias longe do Serra Dourada, embora tenha sucumbido no duelo final, em Avellaneda.

Lógico que não é páreo corrido, mas o Lanús tem mais time, joga em casa e não está desvantagem. Por isso, é o favorito.

30 anos
Em 2007, escrevi uma crônica sobre a decisão em Tóquio entre Grêmio e Hamburgo. É minha eterna homenagem a esta tão especial na história do Tricolor. Parabéns à toda torcida gremista pelas três décadas do título máximo da história do clube.

Tapetão
Vasco tenta reverter os pontos do jogo contra o Atlético Paranaense, Fluminense alega escalação irregular de jogador da Portuguesa. O futebol carioca, em pleno 2013, ainda não sabe aceitar esportivamente um rebaixamento, precisa ir para o tapetão. O Palmeiras, aliás, fez o mesmo no ano passado. Sinal de que as coisas não mudam tão cedo, infelizmente.

Em tempo:
- Sorteio da Libertadores ocorre amanhã, às 22h. Grêmio não será cabeça de chave. Pode cair na mesma chave que Vélez, Newell's, Cruzeiro ou Atlético Mineiro.

- Depois de Renato parecer longe da Arena, surge a informação de que redução de salário não será problema para negociar a renovação. O ideal é o Grêmio definir logo esta situação, mas a decisão da direção de realizar a pré-temporada em Bento Gonçalves, contra a vontade de Renato, tem dois indicativos: o primeiro, é de que ele talvez não fique; o segundo é que, se ele ficar, enfrentará hierarquia. O que é salutar, pois entregar o futebol ao técnico nunca dá certo e só cria desmandos.

- Souto de Moura sai e Luigi passa a procurar dirigentes para comandar o futebol colorado em 2014. Não será fácil encontrar quem queira assumir a bronca.

- Depois de tantas propostas negar, o Inter deve vender Leandro Damião ao Santos pela metade do que o Zenit ofereceu há não muito tempo atrás. Luigi quis endurecer tanto para manter a fama de bom negociador que perdeu o timing. E dinheiro.

- E nossa Copa de Enquetes segue firme. Quem se dará melhor nas quartas de final? A votação vai até sexta.

Comentários

Anônimo disse…
É essa gambiarra da Conmebol de classificar o campeão da Sula pra LA que estraga a coisa. Tanto que ninguém na Ponte fala em vaga, mas em ser campeão. Não era preciso de vaga pra valorizar isso.

Tiago
Franke disse…
Concordo.

Também sou contra essa tal de pré-Libertadores, mas aí já outra história.
Sancho disse…
MAs, vem cá, se a PONTE PRETA não falar em TÍTULO, quem falaria?
Sancho disse…
Está começando a ventilar-se Brasileiro com 24 clubes no ano que vem. Com Copa do Mundo, sendo obrigado a reduzir datas, faz sentido (não que eu fosse fazer, obviamente). Afinal, com turno único classificando 8, e finais em ida-e-volta, seriam 29 datas.

Na ponta de baixo, se faria cair seis e subir dois da B. Em 2015, se voltaria ao normal, como se nada tivesse acontecido.
Vicente Fonseca disse…
MAs, vem cá, se a PONTE PRETA não falar em TÍTULO, quem falaria?

Hahaha, boa Sancho.

Se houver esse tapetão, Sancho, também acho uma virada de mesa bem possível. Eu sinto saudades do mata-mata, mas seria totalmente lamentável.