Retrospectiva 2013: Grêmio

O Grêmio fez um Campeonato Brasileiro inferior ao que se pensava no começo da temporada, quando montou seu elenco mais forte dos últimos dez anos, mas melhor do que se esperava após o começo do certame. Após um primeiro semestre acidentado, com eliminação precoce na Libertadores e no Gauchão e um começo instável no Brasileirão, o clube demitiu Vanderlei Luxemburgo no fim do recesso para a Copa das Confederações, perdendo duas semanas preciosas de preparação. Os rumos eram pouco alvissareiros.

Renato Portaluppi chegou e, entre altos e baixos, erros e acertos, convicções e teimosias, deu à nau azul um rumo. Depois de um começo instável, achou o esquema 3-5-2 com três volantes na vitória por 3 a 2 sobre o Vasco, em São Januário. Foi o melhor momento da equipe no campeonato: da 13ª à 20ª rodada, o Grêmio obteve sete vitórias e uma derrota, saindo do pelotão intermediário e se colocando de vez dentro do G-4. Quando o esquema parecia esgotado, nova solução tática: um 4-3-3 sem meias. Também deu certo por um tempo.

Apesar de conseguir acertar o time, Renato foi deveras criticado pelo pouco uso de peças valiosas do elenco, como Elano e Zé Roberto. Em nome de um esquema que funcionava, ele sacrificou seus dois grandes meias do elenco. Isso ficou evidente e chegou ao cúmulo na derrota por 1 a 0 para o Atlético Paranaense, pela semifinal da Copa do Brasil, quando preferiu escalar os inexperientes Yuri Mamute e Lucas Coelho a mexer no esquema. Zé Roberto só retomou a titularidade na reta final. Neste período,a equipe ficou seis jogos sem balançar as redes.

Taticamente forte e defensivamente robusto, o Grêmio de Renato foi sólido, mas o maior erro do treinador foi não ter utilizado seus grandes meias para dar o algo a mais que a equipe precisava para lutar pelo título, seja na Copa do Brasil ou no Brasileiro. Ainda assim, o vice-campeonato indica que a trajetória foi muito boa, ao menos em termos de resultados. Mas abaixo do que este elenco milionário, de Barcos, Vargas, Zé Roberto e Dida se propunha no começo de 2013.

Se nunca chegou a brigar efetivamente por título, o Grêmio conquistou o vice-campeonato com absolutos méritos, especialmente pelos confrontos diretos contra seus rivais de tabela. No returno, todos foram batidos: Goiás e Atlético Paranaense na Arena, Botafogo fora. No turno, vitória sobre o Fogão em casa, empate com o Furacão fora e a única derrota, para o Goiás, no Serra Dourada. Minidecisões que fizeram a diferença: em 2014, ao contrário de 2013, o Tricolor não terá de disputar a pré-Libertadores. Um começo de ano seguramente menos conturbado vem aí.

NÚMEROS DA CAMPANHA
65 pontos; 38 jogos; 18 vitórias; 11 empates; 9 derrotas; 42 gols marcados; 35 gols sofridos; 57,0% de aproveitamento
Em casa: 40 pontos (70,2%) - 4ª melhor campanha
Fora: 25 pontos (43,9%) - 2ª melhor campanha
Destaques: Rhodolfo (Z), Alex Telles (LE), Dida (G)
Decepção: Barcos (A)
Artilheiro: Barcos, 9 gols
Média de público: 22.489 (5º)
Evolução: 
5ª rodada: 7º; 10ª rodada: 7º; 15ª rodada: 3º; 20ª rodada: 3º; 25ª rodada: 2º; 30ª rodada: 2º; 35ª rodada: 2º; Final: 
Melhor atuação: Botafogo 0 x Grêmio 1 (26ª rodada)
Pior atuação: Coritiba 4 x Grêmio 0 (31ª rodada)
Turno: 34 pontos, 3º colocado
Returno: 31 pontos, 6º colocado

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