Empate em casa, mas sem desespero



"O importante era não perder" disseram os jogadores da Ponte Preta ao final da partida no Pacaembu, que acabou empatada em 1 a 1 com o Lanús. Coisa de time pequeno? Não: sinal de time que conhece os seus limites e sabe porque chegou até onde chegou. Saber porque o time ganha é até mais importante do que saber porque ele perde. E a Ponte sabe porque tem ganhado na Copa Sul-Americana.

Ganha, basicamente, porque é um time reativo. No Brasileirão de 38 rodadas e necessidade de um elenco melhor, isso não funciona. Um certame onde é preciso buscar os três pontos, quase que independente do terreno. Na Sul-Americana, não: das quatro classificações anteriores, três foram conquistadas com vitória fora de casa e empate dentro dela. Contra o Vélez, por exemplo, houve empate em casa no primeiro jogo, tal qual ontem à noite.

Isso não significa que a Ponte tenha jogado recuada contra o Lanús, mas apenas que não houve desespero pelo fato de o resultado ter sido 1 a 1. A equipe de Jorginho partiu para cima em busca da vitória. Teve mais finalizações a gol, mais posse de bola, foi quem propôs o jogo, mesmo que a equipe argentina seja tecnicamente superior. Ainda assim, as principais chances da equipe de Campinas, mesmo dentro de casa (e o Pacaembu, com inacreditáveis 29 mil ponte-pretanos, foi sim a casa da Macaca), foram em roubadas de bola que originaram contragolpes, normalmente por volantes, como Fernando Bob e Fellipe Bastos. As outras saíram de bola parada. Em tabelamentos ou jogadas construídas, quase nada.

O Lanús, como bom time argentino em mata-matas, só saiu na boa. Ainda assim, teve algumas das melhores chances do jogo. No primeiro tempo, a principal oportunidade foi da equipe granate: Pereyra Díaz fez ótima jogada pela esquerda e cruzou para um displicente arremate de Santiago Silva, sem goleiro, para fora. O uruguaio não costuma perder esse tipo de chance. Se Somoza não teve uma atuação tão chamativa, Velázquez, pela esquerda, foi muito bem, roubando bolas, distribuindo o jogo como armador em determinados momentos e acertando alguns cruzamentos venenosos. O gol, porém, viria numa cobrança de falta perfeita do zagueiro Goltz.

Mesmo não contando com um resultado amplo em casa, a Ponte Preta sentiu muito o gol. Rildo, jogador de boa técnica, visivelmente não entendeu ainda o que é uma final sul-americana: tentava sempre se jogar em vez de dar continuidade ao lance, tentou toques de efeito, passava mais tempo no chão que de pé. Irritou Jorginho e a torcida, sendo substituído pelo limitado Adaílton. Foi Chiquinho, porém, que trouxe uma movimentação diferente para o ataque, auxiliando Leonardo. O empate viria aos 33, no entanto, de forma quase idêntica ao gol do Lanús: uma falta da intermediária que, contudo, foi batida colocada, forte, no canto, indefensável, por Fellipe Bastos. Ele quase repetiu a dose aos 40 minutos.

Nada está definido ainda. A Ponte teve uma boa atuação, foi quem mais buscou a vitória, mas não conseguiu porque o Lanús é melhor. A diferença técnica, porém, não é tão grande a ponto de o título ser certo para a equipe argentina. Jogando no contragolpe, a Macaca já eliminou Vélez e São Paulo, dois times superiores a ela, com vitórias longe de seus domínios. Pode conseguir de novo. Cabe sempre lembrar que não há saldo qualificado. Novo empate, seja com qual placar, leva à prorrogação.

Luisito imparável
Há seis meses da Copa do Mundo, o Uruguai pode se orgulhar de ter uma das melhores duplas de ataque do mundo. Cavani nunca repetia na seleção as misérias que fazia com a camisa do Napoli (e agora no Paris Saint-Germain), mas foi o destaque celeste do fim das eliminatórias. Agora, Suárez deu uma diminuída nos gols pela seleção (embora seja o maior artilheiro dela em todos os tempos), mas faz uma temporada sensacional com o Liverpool. Ontem, marcou simplesmente quatro pelo time inglês na goleada por 5 a 1 sobre o Norwich. É o artilheiro do Campeonato Inglês com 13 gols, mesmo tendo disputado só nove dos 14 jogos de seu time. Outro resultado chamativo foi a vitória do Everton sobre o Manchester United, em Old Trafford: 1 a 0, quebrando um jejum de 21 anos.

Em tempo:
- Clemer prepara um Inter ofensivo para vencer a Ponte Preta: apenas um volante, quatro meias e Leandro Damião na frente. Precisa mesmo da vitória. O time reserva da Ponte, ao contrário do titular, certamente não tem um contra-ataque tão letal.

Comentários

Lique disse…
não foram apenas quatro gols, mas três deles foram GOLAÇOS.
Lique disse…
pra quem não viu ainda:

http://www.goalsup.com/video/liverpool-norwich-city-2-6437.htm#.UqEQoWQW1Lo