23 dados e curiosidades do Brasileirão 2013

1) Poucos títulos foram tão merecidos na história do Brasileirão quanto o do Cruzeiro este ano. A Raposa foi campeã dos dois turnos, teve a melhor campanha em casa e como visitante, abriu 11 pontos de vantagem para o vice-campeão (maior distância desde 2007), teve mais vitórias, menos derrotas, o melhor ataque e o melhor saldo de gols. Porém, como tirou o pé na reta final, o time de Marcelo Oliveira ficou "apenas" com a 5ª melhor campanha em termos de aproveitamento da história dos pontos corridos, atrás do próprio Cruzeiro de 2003, o São Paulo de 2006/07 e o Flu em 2012.

2) O efeito "Grêmio 2009", ganhar sempre em casa e perder sempre fora, coube em 2013 ao Atlético Mineiro. Com 44 pontos no Independência, o Galo só não foi melhor que o Cruzeiro em casa. Fora, o time de Cuca fez apenas 13 pontos, com duas vitórias em 19 jogos. Superou apenas o Náutico.

3) A vitória por 1 a 0 sobre o Corinthians na última rodada livrou o Náutico de um fiasco histórico: o de superar o América-RN como a pior campanha da história dos pontos corridos. Com os três pontos, o Timbu foi a 20, contra 17 da equipe potiguar em 2007. Foram cinco vitórias, cinco empates e incríveis 28 derrotas.

4) O Timão, por sua vez, por pouco não superou o São Paulo de 2007 como a melhor defesa da história dos pontos corridos. Foram 22 gols sofridos (0,58 por partida), contra 19 do Tricolor Paulista naquele ano (média 0,50). O terceiro lugar neste ranking vem longe: o São Caetano de 2003, com 37 gols levados em 46 jogos (0,80). A equipe de Tite não sofreu gols em 22 dos 38 jogos do Brasileirão.

5) Desde que o Brasileirão passou a ter 20 clubes, ninguém fez mais gols numa única edição que o Cruzeiro de 2013. Foram 77, contra 73 da própria Raposa em 2007. Em média de gols marcados, só o Cruzeiro de 2003, o Santos de 2004 e o Corinthians de 2005 superam a equipe de Marcelo Oliveira.

6) O Grêmio não teve a melhor defesa do Brasileirão, mas manteve a tradição de ter retaguardas sólidas em 2013. Teve a segunda melhor defesa do campeonato, com apenas 35 gols sofridos. O Tricolor já teve também as melhores defesas em 2012 e 2008, a segunda melhor em 2007 e uma das cinco melhores em 2010. Em compensação, 2013 viu o pior ataque da equipe gaúcha desde 1999: 42 gols e média de 1,11 por partida.

7) Só duas equipes não ganharam nem fizeram gol no Náutico: o Flamengo e o Corinthians. O Fla perdeu por 1 a 0 em casa e empatou em 0 a 0 fora, e o Timão ficou no 0 a 0 em casa e levou 1 a 0 fora.

8) O Cruzeiro é o primeiro campeão brasileiro que ganhou de todos os seus adversários. Quem chegou mais perto de repetir este feito foi o próprio Cruzeiro, em 2003. Aquele timaço não conseguiu derrotar somente o São Caetano.

9) As quatro equipes que terminaram o Brasileirão no G-4 foram, disparadamente, as quatro que mais tempo permaneceram dentro dele. O campeão Cruzeiro esteve na zona da Libertadores em 35 das 38 rodadas; o Botafogo esteve em 32, o Grêmio em 23 e o Atlético Paranaense em 23. O quinto deste ranking é o Coritiba, que lutou para não cair: 11 rodadas.

10) Lanterninha disparado, o Náutico permaneceu todas as 38 rodadas entre os quatro últimos. Nem o América-RN foi capaz disso. Só o Avaí de 2011 igualou este recorde negativo.

11) O Coritiba foi o time mais "versátil" do Brasileirão: foi o único que chegou a ser líder, estar na zona da Libertadores e frequentar também a de rebaixamento. Foram três rodadas no topo da tabela, 11 entre os quatro primeiros e duas entre os quatro últimos. No fim, não foi nem campeão, nem classificado à Libertadores e nem rebaixado.

12) Se o nível técnico do campeonato não foi dos melhores, a média de gols também não. Ao todo, 936 bolas estufaram as redes do Brasileirão. Menos que os 940 de 2012. Com isso, é batido, pelo segundo ano, o recorde de pior média de gols da história do campeonato desde que passou a valer a regra de três pontos por vitória, em 1995: 2,46 gols por partida. Culpa de Corinthians, Grêmio e companhia limitada.

13) A média de público subiu com as novas arenas, ainda que abaixo do esperado. Somando pagantes e não pagantes, tivemos 16.348 torcedores por jogo no campeonato, contra 14,3 mil de 2012. Ao todo, os estádios modernos somaram 3 milhões dos 6,2 milhões de torcedores que foram aos jogos (47,7% do público total do campeonato em 32,1% dos jogos). A média de público nas arenas foi de 24,3 mil torcedores por jogo, contra 12,6 mil dos estádios antigos. Imaginem com ingresso a preço justo e com o Náutico fazendo uma campanha minimamente razoável.

14) A melhor média de público coube ao campeão Cruzeiro: 29.559 torcedores por jogo. O Flamengo foi o segundo, com 26.979. A seguir, vêm Corinthians (25.884), São Paulo (23.130) e Grêmio (22.489).

15) Os cinco maiores públicos do campeonato ocorreram em arenas, e os novos estádios receberam nove dos 10 jogos com mais público. O maior deles veio logo na primeira rodada: Santos 0 x 0 Flamengo, despedida de Neymar, que atraiu 63.501 torcedores ao Mané Garrincha, em Brasília.

16) Dos dez jogos com menor público, cinco foram da Portuguesa, incluindo os três primeiros. O campeão foi a vitória por 2 a 1 sobre o Fluminense, na 2ª rodada: 1.182 gatos pingados no Canindé.

17) Antes da Copa das Confederações, nas cinco primeiras rodadas, com a torcida desmobilizada e estádios entregues à FIFA, o Brasileirão reuniu apenas 11.625 torcedores por partida. Nas 33 rodadas seguintes, a média subiu em quase 50%, saltando para 17.079.

18) A média de público do primeiro turno do campeonato foi de 15.233 torcedores por jogo. No segundo, como sempre, aumentou: 17.490. A rodada com melhor média de público foi a penúltima: 29.726 torcedores por jogo. Já a segunda rodada atraiu apenas 8.566 pessoas por partida.

19) Um dos campeões de público em anos anteriores e dono do maior quadro social do país, o Internacional penou sem o Beira-Rio em 2013. Fez só a 16ª campanha entre os mandantes (com um aproveitamento de apenas 49%) e teve a terceira pior média de público (8,5 mil pessoas por jogo). Após terminar o turno em 6º lugar, o Inter despencou no 2º: com 18 pontos, acabou em penúltimo no "Clausura", só à frente do Náutico, que fez 10.

20) Falando em Apertura e Clausura, o Cruzeiro chegou a cinco títulos de turno desde 2003, perdendo apenas para o São Paulo, que ganhou seis. Se adotássemos o sistema argentino de rebaixamento, com média de pontos das últimas temporadas, cairiam em 2013 Portuguesa, Criciúma, Ponte Preta e Náutico. O sistema cumpriria o seu dever, protegendo os grandes: Vasco e Fluminense, com boas campanhas em 2011 e 2012, escapariam.

21) Se o promedio fosse adotado, o Grêmio teria a melhor de todas as médias de pontos da Série A para 2014, e entraria no campeonato praticamente livre do risco de queda. Já o Inter, em 13º neste ranking, teria de fazer uma campanha entre os dez primeiros, ao menos, para se livrar do perigo. Nos últimos dois campeonatos, o Tricolor fez 36 pontos a mais que o maior rival.

22) Com 27 rodadas na liderança, o Cruzeiro superou o São Paulo e é agora o time que mais rodadas esteve na liderança do Brasileirão desde 2003, com 78, contra 66. Estes dois também são os clubes que mais somaram pontos na era dos pontos corridos. A vantagem é paulista: 743 a 698. O Inter vem ainda em 3º, com 675, um a mais que o Santos. O Grêmio é 8º, com 588, e deve passar o rebaixado Fluminense (639) em 2014.

23) É verdade que o torcedor do Grêmio ainda se familiariza com a Arena, mas o time dentro de campo manteve retrospecto semelhante aos bons tempos de Olímpico. A equipe foi a quarta melhor dentro de casa no campeonato. Foram 37 pontos em 18 jogos (um foi no Alfredo Jaconi), aproveitamento de 68,5%. Fora, o Tricolor só foi pior que o Cruzeiro, fazendo a segunda melhor da campanha da Série A. Equilíbrio que o levou ao vice-campeonato pela terceira vez na história.

Comentários

Kleiton disse…
Tchê, acho que tem q rolar um texto sobre os times de SC, minha terra natal e a segunda potência futebolística do país para 2014... =D
Vicente Fonseca disse…
Sem dúvida, Kleiton! Santa Catarina tem o segundo melhor interior de estado no Brasil, perde só pra São Paulo. Grande abraço!
Lique disse…
grande post. boas sacadas, quem diria que teria 23 curiosidades relevantes?
Vicente Fonseca disse…
Hehe, valeu, Lique. Ano passado fiz um semelhante e achei 16. Esse ano fui descobrindo os dados enquanto escrevia e achei até mais. Abraço.