2014 promete

Não é só pelas grifes: o Grupo 6 é de fato o mais complicado, equilibrado e forte da Libertadores 2014. Caberá ao Grêmio o caminho mais difícil, disparadamente, entre os clubes brasileiros.

O Newell's foi semifinalista da última Libertadores, é o campeão do Torneo Final 2013 e disputa o título do Inicial. Perdeu Scocco, seu melhor jogador, mas segue sendo uma equipe muito forte, e uma das que mais quer ganhar a Copa pela primeira vez. Já o Atlético Nacional é o melhor time colombiano da temporada. Bateu com facilidade o Santa Fé, aquele que eliminou o Grêmio em maio, na última final nacional, e disputará o título do semestre novamente, desta vez contra o Deportivo Cali. Quanto ao Nacional uruguaio, é dispensável comentar sua tradição, e embora o time não esteja jogando uma bola tão redonda, tem grandes chances de ser campeão uruguaio. Um pouco mais ameno seria o Oriente Petrolero, caso surpreenda os uruguaios na etapa preliminar. Aliás, difícil, mesmo, está a vida do time boliviano, que é claramente inferior aos demais.

É claro que pegar um grupo fácil tem suas vantagens: dá melhor tempo para a equipe se ajustar, crescer, ter uma margem maior para erros... O grupo difícil não permite nada disso. É preciso desde o início estar preparado, e qualquer vacilo pode comprometer totalmente os planos. Mas também garante aos classificados a certeza de que a equipe está preparada para tudo e forte para a disputa do título. Atenção: não é certeza de título, mas sim certeza de que é possível chegar. Na Libertadores, muitas vezes um Huachipato é mais difícil que um River Plate.

Certo é que o Grêmio passará por poucas e boas desde o início da Libertadores. Entrará no clima decisivo da competição desde fevereiro. Colocará titulares em dois ou três jogos do Gauchão, para dar-lhes ritmo de jogo, e muito provavelmente será obrigado a deixar o estadual de lado quando a coisa apertar de vez. Mais certo ainda: se o Nacional de Montevidéu passar, será um grupo de 12 jogaços. 2014 promete.

GRUPOS EM GERAL EQUILIBRADOS
Grupo 1: o Vélez deu sorte. Pegará muito provavelmente o The Strongest, quase garantido como segundo representante da Bolívia. Também estão em sua chave o campeão peruano (Real Garcilaso ou Universitário) e o vencedor do confronto entre Atlético Paranaense e Sporting Cristal. Altitude à parte, argentinos e paranaenses são favoritos - embora pegar o Cristal no mata-mata preliminar não seja o melhor dos mundos para o Furacão.

Grupo 2: grupo equilibrado. O Unión Española não tem sido aquele grande time do primeiro semestre, mas ainda assim é forte o suficiente para passar de fase. O surpreendente Independiente equatoriano e o vencedor de Botafogo x Deportivo Quito também estão na chave - compromisso difícil esse do Fogão, aliás. A quarta equipe será Lanús ou San Lorenzo, dependendo do resultado final do Campeonato Argentino, que se define neste domingo.

Grupo 3: outra chave que promete disputa parelha. Campeão paraguaio invicto, o Cerro Porteño tem uma boa equipe e promete ir bem em 2014. O O'Higgins pode não chamar a atenção num primeiro momento, mas é o atual campeão do razoável Campeonato Chileno. O Deportivo Cali é um dos bons times da forte Colômbia, e o quarto time será o Caracas ou o quinto argentino, que será Lanús ou River. Sem chance de bobeira.

Grupo 4: o Galo deu sorte. O Zamora, da Venezuela, é dos times teoricamente mais dóceis desta fase de grupos. O Nacional paraguaio fez um primeiro semestre irrepreensível, mas foi mal no segundo (6º no Paraguaio) e costuma não dar trabalho na Libertadores. Mais complicado pode ser o quarto rival, que sairá do equilibrado duelo entre Santa Fé e Morelia.

Grupo 5: o Cruzeiro pegou um grupo na medida. Deve passar sem grandes sustos, mas enfrentará alguns testes de bom nível, como o Defensor e o vencedor de Guaraní-PAR x terceiro representante chileno, que pode ser a Universidad Católica ou a Universidad de Chile, para citar os mais famosos. A outra equipe é o vice-campeão peruano.

Grupo 7: assim como o Cruzeiro, o Flamengo pegou um grupo de nível médio. A exemplo de 2012, quando caiu na chave que tinha Olímpia, Emelec e Lanús. O time de Guayaquil, campeão equatoriano com sobras, está de novo no grupo e vem forte. O León é uma viagem ao México, sempre longa e complicada. Por fim, há o Bolívar, um time fraco, mas sempre com a temida altitude de La Paz.

Grupo 8: a disputa promete ser de três times para duas vagas. Arsenal de Sarandí e Santos Laguna vêm jogando melhor futebol, mas o Peñarol tem bom elenco e tradição. Crescendo, pode chegar. O Deportivo Anzoátegui é o azarão.

Em tempo:
- Vélez Sarsfield e Atlético Mineiro, pelos grupos que pegaram, são os favoritos a acabarem na primeira colocação geral da fase de grupos e terem vantagem para as etapas anteriores. O Grêmio, em seu grupo dificílimo, não deve ficar entre os melhores líderes, isso se for líder.

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