Por mais uma reversão

Uma das sinas do Grêmio em 2013 é decidir mata-matas em casa sem ter feito gol fora no primeiro jogo. Foi assim contra LDU, Corinthians e Santos, todas bem sucedidas. Hoje será a vez de encarar o acertado Atlético-PR de Vagner Mancini na Arena nestas mesmas condições. E de usar a receita destas três partidas anteriores para eliminar o Furacão e chegar, 12 anos depois, à final da Copa do Brasil.

Nestes três jogos anteriormente citados, o Grêmio só jogou bem mesmo contra o Corinthians - o único que não venceu. Esta é outra sina gremista na temporada: ganhar jogando feio, não ganhar quando atua bem. Mas isso pouco importa. A postura da equipe, sim, é o que mais vale: é preciso atacar o Atlético-PR, mas sem cobertor curto. Sofrer gol em casa seria trágico. Portanto, é preciso anular as alternativas do time de Curitiba ao mesmo tempo em que se vai para a frente em busca da virada.

O Grêmio sabe fazer isso. Contra o próprio Atlético-PR, há cinco semanas, nesta mesma Arena, o fez. A base das vitórias da equipe no Campeonato Brasileiro foram através de uma marcação adiantada no campo adversário, o que faz com que a equipe tenha posse de bola no campo ofensivo ao mesmo tempo em que diminuiu o campo e as alternativas ao time rival. Isso sempre foi melhor executado a partir do 3-5-2, com os alas projetados. Para hoje, Pará e Alex Teles, mesmo no 4-3-3, serão fundamentais. Isso implicará um evidente recuo de Souza, que será uma espécie de primeiro volante híbrido com terceiro zagueiro. Servirá para o time ter a sobra, o elemento surpresa e um marcador a Paulo Baier, o pensador do Furacão.

Falamos da enorme importância de três jogadores do sistema defensivo, mas é claro que Kleber, Barcos e Vargas precisarão, ao contrário de domingo, colocar as bolas para dentro do gol. Rhodolfo e Bressan terão sua importância nas bolas paradas lá atrás, Ramiro e Riveros na chegada, Zé Roberto e Elano como opções no banco, Renato como coordenador da engrenagem, Dida numa possível (e até provável) decisão por pênaltis e os 45 mil torcedores que forem à Arena para criar o clima copeiro capaz de intimidar os adversários. Todos têm sua importância, portanto.

E é possível virar. O Atlético-PR não tem time melhor que o Grêmio, não tem mais tradição em Copas do Brasil e não tem uma vantagem tão grande assim. A determinação gremista precisa ser maior que a ansiedade gerada pelo longo período sem grandes taças. Só assim para sair do jejum - e esta Copa do Brasil é a melhor chance de obter um grande título desde o já longínquo 2001.

Em tempo:
- Farei os comentários deste jogo para a Rádio Estação Web, ao vivo, da Arena, a partir das 21:50. Toda repercussão da partida amanhã, às 13h, no Carta na Mesa.

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