A definitiva tranquilidade

Risco efetivo de rebaixamento o Internacional não chegou a correr neste Campeonato Brasileiro. Mas ele não precisava aparecer para a equipe se remobilizar e garantir sua tranquilidade. A vitória por 2 a 1 sobre o Botafogo foi fundamental: deixou os comandados de Clemer nove pontos à frente do Z-4, bem longe dele, antes que os difíceis duelos fora de casa contra Atlético Mineiro e Goiás viessem a ocorrer.

A atuação não chegou a ser das melhores, mas a vitória foi merecida pela dedicação do grupo. Jorge Henrique, uma convicção de Clemer para titularidade, fez o gol da vitória e foi um dos principais destaques, também por sua entrega em campo. Mas é claro que houve problemas. Scocco, por exemplo, foi novamente uma nulidade. Alan e Ednei não corresponderam quando deveriam, D'Alessandro oscilou demais. O fato de Muriel ter sido o grande nome do jogo evidencia que as coisas não foram fáceis no Centenário, que recebeu um de seus melhores públicos do Brasileiro, com uma torcida que jogou junto com o time.

O Botafogo é que realmente não se ajuda, a exemplo do Grêmio, seu concorrente direto que também vai caindo pela tabela. Perdeu gols demais, evidenciando que falta uma melhor conclusão à equipe, e falhou em momentos decisivos atrás também. Se o Tricolor Gaúcho está há um turno no G-4, o Botafogo está nele desde o começo do Brasileiro, mas parece louco para sair. Assim como o Grêmio, se a equipe carioca não fizer seis pontos em casa nos próximos dois jogos, contra Portuguesa e Atlético Paranaense, o projeto Libertadores fica definitivamente comprometido.

Campeão no rebaixamento
O Fluminense foi a Araraquara para não jogar. Apostou no histórico corintiano de empates e ficou fechado atrás, esperando o 0 a 0 apontar no placar da Fonte Luminosa e trazer um pontinho para o Rio de Janeiro. É muito pouco. A equipe teve o castigo merecido nos acréscimos. Até Pato converte pênalti, de tão ruim que está a fase do time de Luxa. O atual campeão brasileiro encerra a 33ª rodada na 18ª colocação, bem dentro da zona de rebaixamento. Já são nove jogos sem vitória. Por sorte, na quinta-feira o adversário é o Náutico, e no Maracanã.

Vasco a caminho da salvação
O Vasco tem um time fraquíssimo, mas merece ficar na primeira divisão bem mais que o Fluminense. Mesmo diante de tanta ruindade, quase 60 mil vascaínos lotaram o Maracanã e não pararam um minuto sequer de apoiar o time, mesmo quando o Santos abria 2 a 0 em 26 minutos. Mesmo sem Juninho Pernambucano, a equipe arrancou forças lá do fundo (e das arquibancadas) e buscou o empate - por pouco não chegou à virada. O Vasco se debate para não cair, e os vascaínos já entenderam isso. Veem que o time é fraco, mas esforçado, raçudo, e por isso o apoiarão. Por incrível que pareça, é uma pedreira na vida do Grêmio quarta que vem.

O imparável Furacão
O Atlético Paranaense já entendeu que a Copa do Brasil é um caminho à Libertadores, mas não pode desprezar o Brasileiro, que lhe dá mais segurança para obter a vaga. Os 3 a 0 sobre o São Paulo foram categóricos. Com 58 pontos, é o único time que ainda impede que os cruzeirenses soltem de vez o grito de campeão. A distância para o Goiás subiu para confortáveis cinco pontos. Que trabalho de Vagner Mancini!