Vitória do equilíbrio
Se a partida de hoje foi um ensaio ou não para o que veremos na quarta que vem, é discutível. Afinal, vários protagonistas devem estar de volta a Grêmio e Corinthians. No entanto, um fato ficou claro: o Tricolor melhorou, e muito, com Maxi Rodríguez. Não só por ele, mas por ser uma figura de criatividade no meio, algo fundamental para furar um bloqueio tão forte como o do Timão.
O primeiro tempo foi uma caricatura de um Grêmio x Corinthians dos tempos atuais: jogo modorrento, amarrado, truncado, mal jogado, sem espaços. E 0 a 0, claro. Era difícil mesmo sair disso. O Timão teve sua proposta de jogo se sobrepondo à do Tricolor: marcou forte e não deixou o Grêmio respirar com a bola no pé. No entanto, como sempre, não soube o que fazer quando tinha a pelota nos pés. Alguma pouquíssima coisa saía dos pés de Douglas. De resto, só chutes de fora da área, de lado a lado.
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1º TEMPO: sem meias, Grêmio abusa do chutão e para no ferrolho corintiano |
Contrariando o que costuma fazer, Renato mexeu no intervalo, e tocou no ponto nevrálgico do problema de sua equipe: retirou Bressan (três zagueiros contra esse Corinthians pouco ameaçador é sim um excesso) e pôs em campo Maxi Rodríguez, jogador de criatividade e drible curto, embora não de progressão com a bola. Em quatro minutos, ficou claro o acerto: o uruguaio, em seu primeiro lançamento, achou Barcos em ótima posição para marcar o golaço que definiu o jogo. Nada como alguém do ramo atuando em seu ramo: Maxi no meio, lançando; Barcos na área (e não no meio), concluindo.
Sair atrás, para o Corinthians, é um tormento, dada a dificuldade da equipe de Tite em atacar. O técnico gaúcho colocou Ibson e Rodriguinho em campo para dar mais criatividade, mas os três volantes gremistas fizeram trabalho sólido. O Grêmio correu poucos riscos, e geralmente eles vinham por Emerson em cima de Rhodolfo. O time de Renato, inclusive, esteve mais perto de fazer o segundo que de sofrer o empate, pois jogou melhor. Teria conseguido não fosse um milagre de Cássio em tentativa de Barcos. Dida também salvou, no finzinho, uma cabeçada de Emerson.
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2º TEMPO: com Maxi, Grêmio passa do 3-5-2 para o 4-3-1-2 e chega ao gol. Tite rebate com três meias, mas não obtém o empate |
Em tempo:
- As arbitragens do Brasileirão têm sido duras de aguentar, então quando alguém vai bem é preciso registrar o elogio. Atuação perfeita de Sandro Meira Ricci, melhor árbitro do país há alguns anos. Num jogo disputadíssimo, provou que dá para controlar a partida sem abusar dos cartões. Conduziu a partida com absoluta tranquilidade.
Campeonato Brasileiro 2013 - 29ª rodada
16/outubro/2013
GRÊMIO 1 x CORINTHIANS 0
Local: Arena do Grêmio, Porto Alegre (RS)
Árbitro: Sandro Meira Ricci (DF)
Público: 17.318
Renda: R$ 454.454,00
Gol: Barcos 4 do 2º
Cartão amarelo: Adriano e Cléber
GRÊMIO: Dida (6,5), Werley (5,5), Rhodolfo (5) e Bressan (5,5) (Maxi Rodríguez, intervalo - 6); Pará (5,5), Adriano (5,5), Ramiro (5), Souza (6) e Alex Telles (6); Lucas Coelho (5,5) (Paulinho, 22 do 2º - 4,5) e Barcos (6,5) (Saimon, 37 do 2º - sem nota). Técnico: Renato Portaluppi (6)
CORINTHIANS: Cássio (6,5), Edenílson (5), Cléber (5,5), Gil (6) e Igor (5) (Jocinei, 31 do 2º - sem nota); Ralf (6), Guilherme (5,5) (Ibson, 28 do 2º - sem nota), Diego Macedo (5,5) (Rodriguinho, 21 do 2º - 5) e Douglas (5,5); Romarinho (5,5) e Emerson (6). Técnico: Tite (5)
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Destaque para El Pirata e Dida Salvaram o Tricolor.