O cabeça de chave que ainda não se classificou
O Uruguai vive hoje uma das situações mais curiosas do futebol mundial. Não tem vaga assegurada à Copa do Mundo, mas, se passar pela Jordânia na repescagem de novembro, será cabeça de chave. Um quadro bem ilustrativo do que foi a seleção celeste nos últimos anos: uma equipe que fez grande campanha em 2010, ganhou a Copa América de 2011 e acumulou pontuação alta no Ranking da FIFA, mas cuja irregularidade nas eliminatórias impediu a classificação direta ao Mundial.
Para hoje, era praticamente impossível mesmo a vaga direta. Não foi por hoje que o Uruguai não a obteve. Contra a Argentina reserva, a Celeste fez um mau primeiro tempo, com dificuldades sérias na criação, problemas defensivos e uma dependência de jogadas individuais. Abriu o placar com Cebolla Rodríguez (melhor jogador em campo), cedeu o empate, buscou o 2 a 1 em pênalti cavado e convertido por Suárez, mas cedeu novamente o resultado de forma infame e, pior, justa.
Na segunda etapa as coisas foram diferentes. Com Gastón Ramírez no lugar de Ruso Pérez, a equipe de Tabárez se impôs, dominou o meio, adiantou sua marcação, chegou ao 3 a 2 com Cavani e poderia ter feito mais dois ou três sem favor algum. Naquele momento a animação era grande no Centenário, pois o Chile abria 2 a 0 do Equador e dava uma réstia de esperança de que a vaga direta era sim possível. Mas ela não veio.
Ao menos, veio a confirmação de que, passando pelos jordanianos, a Celeste será cabeça de chave pela primeira vez em 60 anos (a última vez havia sido em 1954). Era o objetivo mínimo proposto para esta terça, e ele foi alcançado. É um consolo interessante, desde que a equipe evite a zebra no mês que vem.
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