Ganhou quem tentou ganhar
No tira-teima deu Galo, e com sobras. Mesmo sem Victor, Réver, Ronaldinho e Jô, o time de Cuca se impôs ao Cruzeiro no primeiro e no segundo tempo, e por um motivo bem simples: foi o Atlético-MG que tentou a vitória, o único time que quis ganhar a partida. A Raposa, a partir do empate do Grêmio ontem, arriscou pouco, se resguardou e se satisfez com a possibilidade do 0 a 0 desde o primeiro minuto de partida no Independência. Acabou castigada a quatro do fim da partida.
O Atlético, mesmo com tantos desfalques, mantém a sua dinâmica ofensiva tão peculiar e arrasadora, prova do excepcional trabalho que faz Cuca. O time foi campeão da América cheio de individualidades brilhantes, mas hoje provou que pode se sair bem mesmo sem muitas delas, só na base da imposição coletiva. Diego Tardelli, dono do time, jogou como fazia Ronaldinho, último homem do meio ou primeiro do ataque, como preferirem. Pela direita, Luan; pelo centro, Alecsandro. E pela esquerda Fernandinho, o nome do jogo, e não apenas pelo golaço que decidiu a parada.
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1º TEMPO: esquemas idênticos, posturas diferentes. Atlético adianta marcação e domina o Cruzeiro |
O Cruzeiro joga em esquema semelhante ao do Galo, um 4-2-3-1 onde todos se aproximam muito e trocam de posição no setor ofensivo o tempo todo. No entanto, como o time de Cuca adiantou a marcação, Everton Ribeiro, Ricardo Goulart, Borges e Willian ficaram isolados. Nílton e Lucas Silva tinham a saída de bola pressionada, enquanto os laterais Ceará e Egídio quase não conseguiam apoiar, pois tinham preocupações defensivas demais. Marcelo Oliveira cometeu um erro que muitos cometeram na Libertadores: jogou recuado demais contra um time que adora se adiantar e ocupar o campo adversário. Sem trazer preocupações defensivas para o Atlético, seu time mal chegou com perigo no primeiro tempo.
Com Henrique no lugar de Lucas Silva, o Cruzeiro voltou marcando melhor no segundo tempo. Ceará já tinha quem o auxiliasse no combate a Fernandinho e podia apoiar um pouco mais. A equipe azul teve algumas boas chegadas, mas parou em defesas importantes de Giovanni. Buscando reforçar o meio-campo, Marcelo Oliveira retirou o apagado Borges e colocou em campo Alisson, para auxiliar Everton Ribeiro na armação. Ainda assim, com muitas trocas de posição na frente, o Atlético seguia mais perigoso.
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2º TEMPO: Cruzeiro encorpa o meio, mas Galo põe Tardelli no comando do ataque e chega à merecida vitória |
O Atlético-MG mereceu a vitória e era o único time que poderia mesmo ter vencido o clássico, pois foi o que melhor jogou e o que mais tentou chegar ao gol. Era previsível que o time tentasse mesmo atacar mais: para o Galo, ganhar do Cruzeiro e tentar impedir seu título é o que resta no Brasileirão 2013, em termos competitivos. Para a Raposa, fica o consolo: perdeu duas seguidas e a diferença caiu de 11 para 10 pontos, quase nada. Mas são duas derrotas seguidas, uma instabilidade inédita. Faltam só dez jogos, mas é bom estancar logo a sequência ruim e voltar a vencer para impedir que surpresas desagradáveis aconteçam até dezembro.
Campeonato Brasileiro - 28ª rodada
13/outubro/2013
ATLÉTICO-MG 1 x CRUZEIRO 0
Local: Independência, Belo Horizonte (MG)
Árbitro: Luiz Flávio de Oliveira (SP)
Público: 15.368
Renda: R$ 578.625,00
Cartão amarelo: Pierre, Leonardo Silva, Neto Berola, Lucas Silva e Ceará
Gol: Fernandinho 41 do 2º
ATLÉTICO-MG: Giovanni (6,5), Marcos Rocha (6,5), Leonardo Silva (6), Emerson (6,5) e Júnior César (6); Pierre (6,5), Josué (6) (Leandro Donizete, 29 do 2º - sem nota) e Diego Tardelli (6); Luan (6) (Carlos César, 44 do 2º - sem nota), Alecsandro (4,5) (Neto Berola, 27 do 2º - 5) e Fernandinho (7,5). Técnico: Cuca (7)
CRUZEIRO: Fábio (6,5), Ceará (4), Léo (6,5), Bruno Rodrigo (6,5) e Egídio (5); Nílton (5,5), Lucas Silva (5) (Henrique, intervalo - 5) e Everton Ribeiro (5,5); Ricardo Goulart (5,5), Borges (4,5) (Alisson, 22 do 2º - 5) e Willian (5) (Dagoberto, 31 do 2º - sem nota). Técnico: Marcelo Oliveira (5)
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