É tudo na Arena



A tônica do Grêmio nesta Copa do Brasil é trazer a decisão para a sua casa. Foi assim contra Santos e Corinthians, e o panorama se repetiu nesta quarta, diante do Atlético-PR. Um jogo onde Renato errou na escalação inicial, saiu no lucro perdendo por 1 a 0 no primeiro tempo, fez a mexida óbvia no segundo e viu seu time equilibrar a partida, a ponto de quase empatá-la nos acréscimos. Não foi um resultado ruim, mas poderia ter sido bem melhor.

Ou pior. Porque o primeiro tempo do Grêmio foi preocupante. O erro de Renato é óbvio: Elano, como dissemos horas antes do jogo, era a certeza de bola parada qualificada, uma cadenciada no ritmo do jogo e qualidade no passe, o que faria o time ficar mais próximo do gol fora de casa, essa entidade tão valiosa na Copa do Brasil. O técnico gremista preferiu manter o 3-5-2. Escalou dois centroavantes juntos, que foram engolidos pelo sistema defensivo atleticano. Yuri Mamute deu certo trabalho pelo porte físico, mas Lucas Coelho, anêmico, foi anulado. Nem marcar a saída de bola, uma qualidade que Barcos apresenta até em suas mais fracas exibições, ele conseguiu.
1º TEMPO: atacantes longe da área dificultaram a vida do Grêmio. Atlético-PR veio com apenas um volante
No entanto, o Grêmio começou o jogo com postura boa, dominando o meio-campo e impedindo a pressão inicial do Furacão. O time de Mancini só cresceu quando Léo começou a apoiar pelo lado direito. Foi dos 25 aos 45 do primeiro tempo o pior momento do time gaúcho em campo, e quando o Atlético-PR de fato dominou a partida. Saiu o gol de Dellatorre, no ótimo cruzamento de Ederson, mas foi pouco. Pouco pelo que o time da casa produziu e pouco porque poderia ter matado o confronto ali, e não o fez.

Renato errou novamente ao não mexer na volta do intervalo. O Grêmio seguia acuado, mas já marcava melhor. Com Léo mais marcado, Everton cresceu no jogo. Porém, à medida que Paulo Baier ia cansando, o time rubro-negro diminuía a intensidade de chegadas. E quando Renato pôs Elano no lugar de Lucas Coelho, corrigindo o erro de sua escalação inicial, o Tricolor passou aos poucos a se impor, reequilibrar o jogo e até criar algumas chances, sem ser tão acossado atrás. Riveros pegou rebote dentro da área e quase fez, Elano perdeu ótima oportunidade ao cabecear em vez de chutar e novamente Riveros, de cabeça, teve a melhor de todas, aos 46. O Furacão teve, a rigor, uma falta de Paulo Baier defendida com segurança por Dida e um chute perigoso de Ederson no finzinho.
2º TEMPO: Elano entra como atacante, e Paulinho dá velocidade pela esquerda. Grêmio emparelha o jogo
O Grêmio não jogou bem, não fez gol fora de casa, Renato errou na escalação. Porém, mesmo muito desfalcado, volta vivo para Porto Alegre. Reverter o 1 a 0 não é fácil, pois implica fazer gols sem levá-los, e o Atlético-PR é um time de rápido contragolpe, e provavelmente já terá Marcelo de volta. Contudo, quando tentou jogar futebol, colocar a bola no chão, o time gaúcho chegou perto de marcar, mesmo sem fazer boa partida, ou algo perto disso, pois é tecnicamente melhor. O resultado é, sim, plenamente reversível. Ficou, de novo, tudo para a Arena.

Copa do Brasil 2013 - Semifinal - Jogo de ida
30/outubro/2013
ATLÉTICO-PR 1 x GRÊMIO 0
Local: Vila Capanema, Curitiba (PR)
Árbitro: Ricardo Marques Ribeiro (MG)
Público: 16.014
Renda: R$ 302.910,00
Gol: Dellatorre 36 do 1º
Cartão amarelo: Ederson, Alex Telles e Bressan
ATLÉTICO-PR: Weverton (6), Léo (6,5), Manoel (6,5), Luiz Alberto (6) e Juninho (5,5); Deivid (6,5), Zezinho (5,5) (João Paulo, 34 do 2º - sem nota), Everton (6,5) e Paulo Baier (6,5) (Mérida, 39 do 2º - sem nota); Ederson (7) e Dellatorre (6,5) (Ciro, 26 do 2º - 5,5). Técnico: Vagner Mancini (6,5)
GRÊMIO: Dida (6,5), Werley (4,5), Rhodolfo (5,5) e Bressan (5,5); Pará (5), Souza (5,5), Ramiro (5,5), Riveros (6) e Alex Telles (5,5); Yuri Mamute (5) (Paulinho, 31 do 2º - 5,5) e Lucas Coelho (4) (Elano, 14 do 2º - 6). Técnico: Renato Portaluppi (4,5)

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