O fim de mais uma Era Mano



Conhecido no cenário nacional por ser um técnico com longas permanências pelos clubes onde passa, Mano Menezes não encerrou um ciclo de Copa na seleção brasileira e ontem deixou o Flamengo após três meses de passagem pela Gávea, sendo que um deles foi só treinando, durante a Copa das Confederações. A saída é estranha para quem conhece sua trajetória: desistiu porque disse não ter conseguido passar para os jogadores sua filosofia de trabalho.

Ora, tanto no Grêmio quanto no Corinthians, Mano levou um tempo até passar a obter resultados. No Tricolor, os primeiros três meses foram terríveis, com direito a vexames horrendos, como a goleada sofrida para a Anapolina na Série B. Só lá por agosto de 2005, quatro meses após sua chegada, é que o time passou a obter resultados consistentes. No Timão, clube com a mesma pressão de um Flamengo, viu seu time alijado da fase final do Paulistão de 2008, e só encaixou cinco meses depois, durante a Série B. No Fla, em apenas três meses já desistiu? Tem boi na linha.

Certo mesmo é que o Flamengo, por mais problemas que tenha, poderia realmente estar rendendo mais. Não se trata de um grande time, sequer de um bom time, mas 15º lugar, dois pontos à frente do Z-4, é muito pouco. Ontem, pude ver o primeiro tempo e parte do segundo da vexatória derrota, em pleno Maracanã, por 4 a 2 para o Atlético-PR. A etapa inicial foi um jogaço. Em sete minutos, Flamengo 2 a 0, com ampla superioridade, mas aos poucos o Furacão foi se ajeitando, descontou, e a partir da entrada de Dellatorre, no segundo tempo, a virada veio ao natural.
1º TEMPO: Flamengo num 4-3-3 com pouco povoamento do meio; Atlético-PR e seu lado esquerdo fortíssimo (pela direita, o time mais se defende que ataca, como as próprias poucas subidas do lateral Léo acusam)
E que time ajeitado montou Vagner Mancini. Faltam jogadas pelo lado direito, e o quadro tático acima (clique sobre ele para ampliar) deixa isso muito claro. Juan Mérida carece de técnica, embora tenha feito o primeiro gol paranaense ontem, mas carece também de companhia. Pela esquerda é que está o segredo deste time: Everton. Com rápidas triangulações entre ele, o interessantíssimo atacante Marcelo e o volante João Paulo, que sobe muito bem ao ataque, a equipe cria jogadas o tempo todo por ali. Há muita aproximação e entrosamento entre eles. E é por isso que o artilheiro Ederson marca tantos gols: as bolas chegam para ele a partir dali o tempo todo.

Há 12 pontos do G-4, o Flamengo deixa de vez qualquer resquício de esperança de brigar por Libertadores e precisa urgentemente sair da zona de baixo da tabela. A saída de um técnico assim, repentina, sempre denota um ambiente de crise. A sorte é que a tabela ajuda: agora, há Náutico e Criciúma pela frente, e só seis pontos interessam. E não cabe menosprezo: vale lembrar que, ao lado do Inter, o Flamengo é o único time que conseguiu a façanha de perder para o Timbu.

E o Atlético-PR, bem... Estava, assim, no pretérito, em queda. Uma vitória dessas não só faz o time se recolocar bem dentro do G-4, mas lhe dá força para manter a campanha em alto nível. Que grata surpresa é esse Furacão 2013.

São Paulo: a Portuguesa (16º, 25) vem há tempos jogando mais do que um time que simplesmente luta para não cair. A goleada imposta ao Náutico, 3 a 0, finalmente tirou a Lusa da zona de rebaixamento. Vasco e Criciúma terminam a rodada entre os quatro últimos.

Comentários

Samir disse…
Parei de ler o texto qdo invocaste a goleada sofrida pelo Anapolia... isso é golpe baixo, ainda mais em um 20 de setembro.... vou cancelar o churrasco de ovelha e buscar um novo sentido pra vida!
Vicente Fonseca disse…
Hahahah. Foi mal, Samir!