Cobertor curto, futebol curto



Quando acerta o seu sistema defensivo, o Inter não cria nada na frente. Quando faz gols com facilidade, os toma também. O cobertor curto vitima o Colorado no Campeonato Brasileiro. A conta é simples: com seis empates seguidos e sete jogos sem vencer, o time até não tem caído tantas posições, mas se distancia cada vez mais da briga com o pelotão de frente. Do fim de julho para cá, o aproveitamento é de míseros 28,6%.

No Couto Pereira, o resultado foi muito melhor do que a atuação. O 0 a 0 não significa que o time não tenha tido sérios problemas defensivos. A zaga até não comprometeu, pelo contrário, mas não é só ela que tem feito água. O sistema defensivo engloba todo o time, e mais uma vez o Inter não teve qualquer retenção de bola na frente. Sem jogadores que marquem a saída de bola adversária, o Colorado se viu quase sempre tendo que se defender das investidas do Coxa. E não perdeu mais pela ineficiência do time da casa que por méritos lá atrás. Chamou o rival para a pressão quase que pelos 90 minutos. Não perdeu mais por problemas da equipe paranaense que por sua suposta solidez.

Outro fator que dificultou as coisas para o Inter no Couto Pereira foi a atuação ruim de D'Alessandro, errando muito mais passes que de costume. Leandro Damião, isolado, brigou muito, mas esteve bem controlado. Forlán participou pouco tanto do processo de marcação quanto do de criação. Foram raríssimas as chances de gol do time de Dunga, que chutou pouquíssimo a gol. Nem a entrada de Scocco melhorou as coisas, já que Alan foi expulso e praticamente forçou o time a ficar preso no campo de defesa nos minutos finais.

O Coritiba, por sua vez, vem num momento tão ruim quanto o Inter. Ganhou só um dos últimos sete jogos, coincidentemente o período em que Alex esteve de fora. Hoje ele voltou, ainda sem o ritmo ideal, mas com a categoria habitual. Teve a melhor chance do jogo, em cabeçada perfeita que saiu por milímetros (mais uma falha da defesa colorada por cima, diga-se de passagem). Mas faltou qualidade nos companheiros. Geraldo é muito voluntarioso, mas tropeça na bola. Bill foi uma nulidade. Lincoln apareceu pouco também.

O 0 a 0, incrivelmente, foi comemorado pelos dirigentes colorados. Isoladamente é um resultado aceitável, mas no Brasileirão tudo faz parte de um gigantesco conjunto de 38 partidas, e dentro desse contexto o empate é ruim. As perspectivas para enfrentar o poderoso Corinthians no meio de semana, diante de uma partida como a de ontem, são pouco animadoras.

Abriu a porteira
O Corinthians, que raramente faz ou leva gols, é a antítese do Inter, que normalmente sofre muitos e marca muitos. Este domingo foi atípico: o Colorado ficou no 0 a 0 com o Coritiba, e o Timão desandou a marcar contra o Flamengo. O 4 a 0 é para não deixar dúvidas da força do time de Tite, que está em 5º lugar, mas colado no G-4 e já abrindo vantagem para quem vem logo atrás. Aliás, o G-5 do Brasileirão já começa a se destacar do resto da turma.

O jogaço do Mineirão
Para quem viu os amarrados Grêmio x Ponte Preta e Coritiba x Inter, assistir a Cruzeiro 5 x 3 Vasco foi um deleite. Parecia outro esporte. O time mineiro mostrou o poder de fogo de sempre, mas falhou demasiadamente atrás. A atuação, assim como contra o Flamengo, teve seus problemas. Mas trata-se do líder do campeonato, e do único time dentro do G-5 que está só com o Brasileirão por disputar. Deve ser o campeão simbólico do primeiro turno, ao menos.

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