Na ruim, ok. E na boa?

Sem alguns titulares importantes, com vários jogos seguidos fora de casa, e quase todos contra rivais diretos ou adversários tradicionais, o Grêmio saiu-se muito bem. Ganhou os últimos quatro duelos pelo Brasileirão, saiu do pelotão intermediário e entrou na briga pela ponta da competição. Agora, as coisas se tornam bem mais suaves: Zé Roberto e Vargas já ficam no banco hoje à tardinha, o time está afirmado (e não mais sob desconfiança) e inicia diante da Ponte Preta uma sequência bem mais suave de adversários, que se completa com Goiás, Portuguesa e Náutico. Todos os quatro compromissos são vencíveis.

Mas é bom abrir o olho. Embora seja favorito a vencer os próximos jogos, há muitos fatores que podem fazer o Grêmio perder pontos. Nem quero citar qualquer desdém a esses adversários, pois um time que luta por título que se preze sabe que esse tipo de jogo é o que faz a diferença lá no fim, na tabela. Mas convenhamos: o Tricolor já venceu quatro seguidas. É altamente improvável que vença mais quatro. Seriam oito vitórias consecutivas, sequência praticamente impossível de ser obtida em um campeonato tão equilibrado. Ao menos uma derrota seria absolutamente normal. Isso para ficar na questão estatística.

Dentro de campo, Renato vem tirando muito de um time desfalcado e com esquema claramente emergencial. As voltas de Zé Roberto, Vargas e Elano (mesmo que não sejam como titulares, mas ao menos como opções) representam um acréscimo técnico inegável, mas será que não foi, em parte, a ausência destes nomes que ajudou o time a crescer? Kleber vem jogando mais do que Vargas, e Elano há tempos não justificava a titularidade. Zé Roberto é a única volta indiscutível, mas ainda assim todos quebram a cabeça para pensar em quem deixaria o time. E ninguém chega a uma conclusão, de tão acertado que o Grêmio está.

Hoje, contra a Ponte Preta, veremos provavelmente pela última vez o 3-5-2 sem meias. Riveros jogará pelo Paraguai diante de Goiás, Lusa e Náutico, abrindo a brecha para Zé Roberto voltar. O Grêmio precisa mesmo de alguém com mais criatividade, especialmente para jogos em casa, como o de logo mais. Hoje tudo indica uma peleia difícil: a Ponte virá como o Santos veio no meio de semana, fechadinha, e esse esquema de Renato tem dificuldades com equipes que não tomam a iniciativa do jogo. Ainda assim, é jogo para três pontos. E se o time permanecer encaixadinho quando Zé Roberto nele entrar, aí sim, poderemos dizer que o Tricolor Gaúcho é de fato um sério candidato ao título brasileiro.

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