Bom & barato

Quase todos os times do Brasileirão têm ao menos um jogador-símbolo, de ponta, de seleção. Os principais têm mais de um: Alex, Seedorf, D'Alessandro, Luís Fabiano, Pato, Zé Roberto, Fred... Nem todos correspondem às expectativas dentro de campo, claro. Assim como nem todos os que estão arrebentando neste começo de campeonato são famosos ou badalados.

Terminado 1/3 do Brasileirão, o Carta na Manga faz agora uma seleção de jogadores que andam mandando bem em seus clubes, embora não estivessem entre os mais cotados para serem os melhores de sua posição no certame. Tem muita gente boa e barata mostrando seu valor na cara Série A nacional, inclusive além desta listinha aqui. Ok, nem todos são baratos, alguns já devem ter multas rescisórias pesadas, e nem todos são bons de bola, já tendo fracasso em outras equipes grandes. Mas que poucos apostavam em seu sucesso neste campeonato, isso é certo.

Marcelo Lomba (Bahia): revelado pelo Flamengo, Marcelo Lomba já é figura conhecida no cenário nacional. Virou ídolo no Bahia desde que chegou ao clube, em 2011, destacando-se por salvar o time em várias ocasiões. Neste Brasileirão, sua maior atuação veio no empate sem gols com a Ponte Preta, em Campinas: além de grandes defesas, pegou dois pênaltis que ajudaram o Tricolor a segurar um 0 a 0 no Moisés Lucarelli.

Mayke (Cruzeiro): aos 21 anos, destaca-se pela saúde no apoio, tal qual seu quase-homônimo famoso, que também era do Cruzeiro e chegou à seleção. No jogo contra o Coritiba, teve excelente participação no lance que culminou com o gol da vitória. Além disso, não compromete na marcação. Boa promessa.

Matheus Ferraz (Criciúma): jogador já experiente, 28 anos, revelado pelo Santos, mas com uma infinidade de clubes pequenos na carreira. Não tem grande técnica, mas destaca-se por liderar o Criciúma e costuma marcar gols quando vai ao ataque. Só neste Brasileiro foram 3, o mesmo que artilheiros consagrados, como Fred e Luís Fabiano.

Rafael Vaz (Vasco): zagueiro de 24 anos, que passou a jogar com regularidade no Vasco a partir da chegada de Dorival Júnior. Contratado junto ao Ceará, recebeu o apelido de Beckenbauer Alvinegro, não devido à técnica, mas à raça: jogou com o ombro deslocado na final do Campeonato Cearense. Costuma simplificar, e por isso não compromete. Além disso, tem um chute potente, útil para faltas de longa distância.

Alex Telles (Grêmio): num elenco cheio de jogadores caros, Alex Telles, 21 anos, é o que se salva no começo decepcionante de campeonato que faz o Grêmio. Promessa trazida do Juventude, é seguro na marcação e apoia bem. Seu cruzamento é preciso, algo raro nos laterais brasileiros dos últimos 20 anos. Além disso, é bom cobrador de faltas, tanto as diretas como as levantadas para a área.

Gabriel (Botafogo): em um time com dois ótimos volantes, como Marcelo Mattos e Renato, este menino de 21 anos conseguiu se firmar como titular. Tudo graças à regularidade. Gabriel não teve grandes atuações no Brasileiro, mas é seguro, desarma bem e tem saída de jogo acima da média para a posição.

Nílton (Cruzeiro): jogador de 26 anos, bastante rodado. Começou a carreira no Corinthians, onde teve poucas chances. No Vasco, jogou por quatro temporadas cheias de altos e baixos, antes de começar a ser destaque do Cruzeiro. Não tem grande técnica, mas se sobressai pelo porte físico, pela raça e pelos gols - começou a carreira como centroavante. Já jogou como zagueiro, nos tempos de São Januário. Peça no mínimo útil para qualquer elenco, e que no Cruzeiro bom e barato de Marcelo Oliveira tem feito bonito.

Éverton (Atlético-PR): após passagens discretas por Flamengo e Botafogo, este meia de 24 anos parece encontrar no Atlético-PR seu lugar ao sol, facilitado pelo estilo de jogo de Vagner Mancini, que libera os meias para avançarem. Pela direita, tem sido um dos pilares da ótima reação do Furacão no campeonato, com boas incursões por trás dos laterais em cruzamentos para gols e até com liberdade para ele próprio se juntar aos avantes nas conclusões de jogadas.

Anderson Talisca (Bahia): eis uma boa promessa. Aos 19 anos, Anderson Talisca ainda alterna grandes e maus jogos, algo natural para quem está surgindo. No entanto, sua entrada no time titular do Bahia coincide com a reação comandada pelo técnico Cristóvão Borges. Longilíneo, ainda precisa ganhar massa muscular. Teve ótima atuação na virada sobre o São Paulo, no Morumbi, inclusive marcando um dos gols, quando se projetou à área.

Vinícius Araújo (Cruzeiro): atacante não muito alto, mas de boa presença na área. Aos 20 anos, tem formado um trio interessante com os também pouco cotados Luan e Ricardo Goulart. O Cruzeiro, aliás, é o símbolo do bom e barato neste Brasileirão. Esta trinca ofensiva da Raposa contrasta com Dagoberto, Borges e Diego Souza, que eram os mais cotados para serem titulares e estrelas da equipe na competição.

William (Ponte Preta): tem 30 anos, não é nenhum guri, fracassou no Grêmio, mas não para de fazer gols na Ponte Preta. É o artilheiro do campeonato ao lado de Maxi Biancucchi. Não tem grande técnica, mas pode ser um reserva útil para muito time que precisa de centroavante. Aliás, fracassou no Grêmio, mas teve passagens boas por Santos, Avaí e Vitória antes de brigar pela artilharia do maior torneio do país na Ponte.

Comentários

Lourenço disse…
Bom post, claramente influenciado/embasado no Cartola FC. Ano passado, o principal jogador dessa equipe que formaste seria o Gabriel, do Bahia, agora destaque no Flamengo.
Vicente Fonseca disse…
Esse post contém toda a minha base do Cartola através do Costelão Locos EC.