Superquarta continental

A colocação da final da Recopa Sul-Americana no mesmo dia e no mesmo horário da semifinal da Libertadores provavelmenteatende a interesses televisivos - provavelmente quem detém os direitos de TV aberta entenda que Newell's Old Boys e Atlético-MG não proporcionam um jogo que atraia o interesse de todos os brasileiros. Talvez em termos de audiência isso seja verdade, mas é um erro estratégico da Conmebol, que desvaloriza um torneio seu, a Recopa, ocultando-a sob a asa da semifinal da principal competição do continente. Uma pena para quem acompanha e gosta de futebol sul-americano.

Seja como for, esta quarta-feira ganha dois jogaços. Em Rosário, o Galo terá muitas dificuldades. Contra o Tijuana a equipe passou com muito drama, mas hoje é o jogo mais difícil, o teste mais forte que a equipe enfrentou e provavelmente terá enfrentado em sua caminhada pelo título continental. O Newell's é o campeão argentino deste primeiro semestre (embora tenha perdido a Superfinal para o Vélez), vem embalado, mas curiosamente ainda não ganhou no Coloso del Parque nestas fases eliminatórias da Libertadores. Mas vem completo, com Vergini, Heinze, Scocco e Maxi Rodríguez. Cruzado fica de fora por opção de Tata Martino. Pode entrar a qualquer momento, se a equipe precisar de sangue novo na articulação.

O Galo terá de volta seu quarteto ofensivo imparável, mas não terá a zaga titular (Leonardo Silva e Réver) e Leandro Donizete. Ou seja: a guarnição defensiva e o próprio miolo de zaga serão reservas, um fator que complica demais diante de um rival tão bom ofensivamente. A reposição, porém, é muito boa. Falamos de Gilberto Silva na zaga e Josué no meio, dois jogadores experimentadíssimos, de nível de seleção brasileira. Rafael Marques, sim, é uma perda mais considerável, mas a proteção a ele será garantida. O que pode pesar é a falta de ritmo e de entrosamento do setor defensivo, mas a experiência da maioria de seus membros ajuda demais numa fogueira como essa.

No Morumbi, a primeira decisão entre São Paulo e Corinthians desde o Paulistão de 2003. O Timão é melhor, mas provavelmente se ressentirá da ausência do recém negociado Paulinho, que vai reforçar o Tottenham. Outra dúvida: como atuará Emerson Sheik, outro que parece estar com os dias contados no Parque São Jorge (e está na lista do Grêmio para a vaga de Welliton, diga-se)? De resto, são as mesmas equipes que têm sido, o Tricolor no 4-3-3, o alvinegro no 4-2-3-1 costumeiro. Certeza de jogaço na primeira Recopa doméstica desde Boca x Arsenal, em 2008.

Em tempo:
- Copa do Brasil também tem rodada hoje. Botafogo e Goiás são favoritos contra Figueirense e ABC jogando em casa. Ontem, Salgueiro e Criciúma ficaram no 0 a 0.

- Internacional deve mesmo adotar o Estádio do Vale como sua casa para o segundo semestre, a partir da instalação de uma arquibancada móvel que elevará a capacidade do estádio para 16 mil pessoas. Será mais cômodo atuar em Novo Hamburgo mesmo, fora a pressão que uma cancha mais acanhada impõe aos adversários.

- Primeiro treino do ovacionado Renato no Grêmio teve Adriano, Moisés e Guilherme Biteco na equipe, já que Riveros não está ainda no BID, Pará está suspenso e Elano sente o joelho. Poucas mudanças em relação ao que se via com Luxemburgo. De fato, o principal problema gremista parece ser muito mais anímico que técnico ou tático neste momento.

- Verón, 38 anos, cansou de ficar sentado na cadeira de diretor de futebol: La Brujita está de volta ao time do Estudiantes, um ano depois de anunciar aposentadoria. Dada a má campanha da equipe de La Plata nos últimos anos, pode ajudar e muito. E escancara a falta de alternativas do campeão sul-americano de quatro anos atrás.

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