Mudança de patamar

As contratações de Alex e Scocco quando a persiana já fechava elevam o patamar do Internacional entre os participantes do Campeonato Brasileiro. De uma equipe que, no limite, poderia chegar ao G-4, o Inter agora já se coloca numa posição melhor, entre os postulantes de fato a uma vaga na Libertadores. É claro que o elenco ainda tem problemas (zagueiros e volantes talvez fossem mais necessários), mas o setor ofensivo ganha em riqueza de opções com ambos.

As características do time, porém, mudarão. Alex não é Fred. Não é um jogador rápido, dinâmico, que joga em várias posições do meio. É um chutador, um homem de bolas paradas, bem experiente (31 anos). Acrescenta porque dá qualidade ao acabamento das jogadas e pela trajetória vitoriosa que carrega no próprio clube.

Scocco, por sua vez, deve ocupar o lugar de Leandro Damião, que parece realmente de ida para a Itália. Não é centroavante, não é referência. Mas é um goleador, chuta bem de fora da área e vive grande fase. O investimento, porém, é arriscado. Gastar R$ 15 milhões em um jogador sem passagem por seleção e já de 28 anos é algo para quem pensa exclusivamente nos benefícios que ele pode trazer dentro de campo, e não em uma provável revenda - o que é corretíssimo, mas arriscado em caso de grandes valores, como este. É uma aposta cara, mas com boa chance de dar certo.

O Inter cresce com Alex e Scocco. É claro que reforços que vêm em julho normalmente costumam funcionar mesmo é no ano seguinte, e por isso é preciso ter paciência com ambos (Alex jogava em um futebol muito mais fraco, Scocco deve precisar de um período de adaptação). Mas, enfim, o Inter começa a repor suas perdas, e com bons nomes, com mais chances de dar certo que os tão cogitados Júlio Baptista e Saviola, por exemplo. Para quem já tinha problemas de elenco no primeiro semestre e ainda perdeu titulares na janela, não deixa de ser um belo alento.

Comentários