Almeyda 2 x 0 Gutiérrez



Contra o Fluminense, Ever Hugo Almeyda havia mexido bem no Olímpia por tê-lo escalado mal. Hoje, contra o Santa Fé, o técnico uruguaio mexeu bem sem ter se equivocado na escalação. Ferreyra foi reserva para que Giménez, novo organizador da equipe ao lado de Aranda, entrasse. Mas a partir da expulsão dupla, de Bedoya e Salgueiro, era preciso mexer no time para encontrar um modo que ele não sentisse a expulsão de seu principal jogador (o Olímpia, claro, perdeu um jogador bem importante que o Santa Fé no episódio). E Almeyda conseguiu.

As entradas de Ferreyra e principalmente Alejandro Silva qualificaram a organização do Olímpia. A equipe paraguaia dominou o primeiro tempo, mas parou mais em seus próprios erros de passe que numa suposta solidez defensiva do Santa Fé, time que sempre cedeu nas vezes em que foi pressionado no Defensores del Chaco. Ainda assim, o time colombiano tinha um mérito: com três volantes à frente da área, ficava difícil penetrar. Era preciso chutar de longe.

Na etapa final, com Silva, Ferreyra, Giménez e Bareiro se aproximando, o Olímpia foi bem mais incisivo e perigoso. Chegou ao gol de pênalti com justiça. O Santa Fé não concluiu a gol uma vez sequer nos 90 minutos, contra 18 do time paraguaio. O segundo, aos 35, encaminha o confronto: foi de Ferreyra, o homem que já entrara bem contra o Flu e agora foi novamente decisivo. Tudo iniciado numa ótima arrancada de Aranda pelo meio, aproveitando um momento no qual o Santa Fé não sabia se partia para tentar ou empate ou segurava a derrota por placar mínimo. Não fez nem uma coisa, nem outra: ficou no meio do caminho e levou 2 a 0, um placar complicadíssimo de reverter na volta.

O Olímpia desarmou mais, chutou mais, brigou mais, tentou mais, jogou muito, muito mais. Foi o time que quis o resultado, e por isso o conseguiu. É um time tecnicamente um pouco melhor, mas a superioridade não é tão grande quanto a partida deu a entender. Com a expulsão de Salgueiro, Almeyda poderia pensar em repetir este quarteto na partida de volta, mas aposto que Alejandro Silva começa no banco, com Giménez no meio, logo atrás de Bareiro e Ferreyra mais adiantados. Será, é claro, outro jogo, totalmente distinto, contra um Santa Fé mais à vontade, embora pressionadíssimo pela necessidade do resultado.

A estratégia de Wilson Gutiérrez em Assunção foi semelhante à aplicada em Porto Alegre, diante do Grêmio: um time com três volantes, sem passar da linha da bola, apostando tudo na criatividade de Omar Pérez e velocidade de Cuero e Medina, esperando um erro do adversário que acabou não vindo. A postura é discutível, mas tem dado resultado no mata-mata, já que a equipe é forte em Bogotá. No entanto, não fosse a bobagem de Cris na Arena, a equipe colombiana provavelmente teria sofrido resultado semelhante ao de hoje naquela partida das oitavas de final. Esta estratégia, contra um time qualificado, tendia mesmo a não funcionar, ao menos fora de casa, onde é preciso se defender bem - justamente o ponto fraco do campeão colombiano.

A vantagem do Olímpia é muito grande. Pelo futebol que vem apresentando, e mesmo pelo que o Santa Fé tem apresentado em casa na Libertadores, o time paraguaio não deve sofrer uma derrota que lhe tire de mais uma final de Libertadores. Hoje, mostrou time, elenco, torcida e técnico de qualidade. O que mais é preciso para ganhar a América?

Copa Libertadores da América 2013 - Semifinais - Jogo de ida
2/julho/2013
OLÍMPIA 2 x SANTA FÉ 0
Local: Defensores del Chaco, Assunção (PAR)
Árbitro: Heber Roberto Lopes (BRA)
Público: 32.000
Gols: Miranda (pênalti) 20 e Ferreyra 35 do 2º
Cartão amarelo: Ferreyra
Expulsão: Salgueiro e Bedoya 45 do 1º
OLÍMPIA: Martín Silva (5,5), Manzur (6,5), Miranda (6,5) e Candia (6); Mazacotte (5,5) (Alejandro Silva, intervalo - 7,5), Pittoni (5,5) (Ferreyra, intervalo - 8) (Prono, 38 do 2º - 6), Aranda (6,5), Giménez (6,5) e Benítez (6); Bareiro (6) e Salgueiro (5). Técnico: Ever Hugo Almeyda (8)
SANTA FÉ: Vargas (6,5), Anchico (4,5), Valdés (4,5), Meza (4) e García (5); Valencia (5) (Roa, 28 do 2º - 5), Torres (5,5), Bedoya (4) e Pérez (5,5); Medina (4,5) e Cuero (5,5) (Borja, 39 do 2º - sem nota). Técnico: Wilson Gutiérrez (4)

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