Um balanço dos 10%

Ganhar em casa, empatar fora. Eis a cartilha mais recomendada para ser campeão brasileiro. Neste equilibradíssimo começo de campeonato, só dois clubes têm a seguido à risca: Coritiba e Grêmio, curiosamente os dois únicos invictos do certame até agora. Um é líder por pontos, o outro por aproveitamento. Uma evidência de que, ao menos até agora, esta máxima tem funcionado em 2013.

Como dissemos, o equilíbrio do Brasileirão, passados exatamente 10% dos jogos (38 dos 380) é impressionante. Na rodada deste meio de semana, vários dos favoritos perderam: o São Paulo foi surpreendido em casa pelo Goiás, o Atlético Mineiro caiu diante de um Vasco que vem aos cacos, o Fluminense perdeu para o agora líder Coxa, o Botafogo levou uma virada do Bahia. Somente o Corinthians perdeu para outra equipe que está entre as mais cotadas, no caso o Cruzeiro. E o Galo, melhor time do continente neste primeiro semestre, é o lanterna - não vence há seis jogos, inclusive. Dos favoritos, só o Grêmio vem fazendo campanha condizente com as expectativas - ainda que pudesse ser melhor, já que o empate com o Santos não foi bem recebido.

O discurso de profissionalização do futebol, por enquanto, vem ocorrendo só na teoria. O público baixo das primeiras rodadas (média pouco inferior a 12 mil torcedores por jogo) se explica muito pelos estádios ainda improvisados, já que muitas das novas arenas ainda não estão prontos ou a serviço da FIFA para a Copa das Confederações. É muito mando de campo perdido para pouco jogo atraente. A tendência é de aumento após o torneio - não apenas porque estádios novos atraem mais público, mas porque o Brasileirão sempre tem aumento de público na medida em que começa a esquentar.

Aliás, realizar cinco rodadas e interromper o Brasileiro é o antiprofissionalismo completo. Sede da Copa das Confederações, que começará em 8 dias, o Brasil é um dos únicos grandes países do mundo do futebol que terá rodada neste fim de semana, um absurdo. Calendário apertado por conta dos alongados estaduais. Se o Brasileirão começasse em abril, poderíamos ter ao menos 8 ou 9 rodadas, metade de um turno já completo. Teremos 33 a realizar entre julho e dezembro. Quarta e domingo, quarta e domingo.

Falando em antiprofissionalismo, menos de quatro rodadas já derrubaram quatro técnicos (Silas, Muricy, Jorginho e Guto Ferreira), fora o diretor de futebol do Vasco, Renê Simões. Seguindo nesse ritmo (não vai ocorrer, acalmem-se), teríamos 40 quedas até o fim do ano, ou duas por clube. A parada para a Copa das Confederações estimula o pensamento mágico. Em muitos casos, talvez fosse melhor dar ao técnico atual a chance de treinar o plantel por um mês e extrair dele o seu melhor. Para Jorginho e Guto Ferreira, nos casos de Flamengo e Ponte Preta, certamente seria a melhor opção.

Perto da Copa
Rodada cheia por vários continentes hoje e amanhã nas Eliminatórias. Na Europa, um confronto em especial chama a atenção: o de Portugal, que precisa vencer a Rússia em casa de qualquer maneira, ou corre sério risco de ficar atrás dos russos e de Israel, sendo eliminado inclusive da repescagem.

Aqui na América do Sul, a quase classificada Argentina recebe a ótima Colômbia, que está em situação confortável. No entanto, uma derrota em Buenos Aires poderia aproximar Chile e Venezuela dos colombianos. Os chilenos visitam o Paraguai, os venezuelanos a Bolívia, duas equipes quase eliminadas. O Uruguai, que folga, seca todo mundo. O Equador visita o Peru. Ganhando, encaminha a classificação e praticamente elimina os peruanos. Perdendo, tudo fica embolado. A chapa começa a esquentar de vez.

Comentários