Os paradoxos e a volta das grandes vitórias

Era amistoso, mas o resultado era importantíssimo. Aparentemente um paradoxo, mas o fato é que o Brasil não ganhava de ninguém grande há quase quatro anos, vem no ridículo 22º lugar no ranking da FIFA, levava gol em todos os jogos, atuava desorganizadamente e com um futebol que não convencia ninguém. Bater a França na Arena, do jeito que fosse, era obrigatório. E o 3 a 0 não deixa dúvidas quanto ao cumprimento da meta.

Felipão mais uma vez pôs o time no mal-acabado 4-3-3 que isola Neymar e Hulk nas pontas, deixa Oscar sozinho na criação, Paulinho sobrecarregado com inúmeras tarefas defensivas e a zaga completamente exposta. O primeiro tempo foi horroroso. A França mandou à América do Sul um time enfraquecido, que não exigiu tanto da seleção, mas a atuação do Brasil foi ainda assim pavorosa, com muitos chutões, nada de compactação e puramente dependente de individualidades.

Na segunda etapa, o esquema seguiu o mesmo, mas mudou a atitude. Com mais marcação sob pressão, o Brasil fez o 1 a 0. Felipão, então, trocou inúmeras vezes, uma delas de esquema, passando para o 4-4-2 com três volantes, um esquema muito mais ofensivo que aquele 4-3-3 faceiro do início do jogo, o segundo paradoxo da tarde. Tanto que Paulinho iniciou e Hernanes finalizou a jogada do 2 a 0. A França pouco exigia, mas ficou claro, mais uma vez, que este esquema protege melhor o sistema defensivo e deixa o ataque mais agudo, além de deixar o time mais compactado e organizado.

O Brasil precisava vencer também para chegar com mais tranquilidade à estreia da Copa das Confederações, sábado que vem, em Brasília, contra o Japão. A goleada sobre os franceses ameniza um pouco clima e dá uma semana de tranquilidade para Felipão. Tranquilidade que, quem sabe, faça-o abrir os olhos para a necessidade de mexer neste time, para que ele possa render algo próximo do máximo.

Comentários

Kleiton disse…
Tche, só pra avisar, acho que o vídeo que está no post não é bem o que tu queria que fosse (esse aí só mostra os primeiros 4 minutos de jogo, sem lances nem gols nem nada.
Abração
Vicente Fonseca disse…
Valeu, Kleiton. Isso que dá botar na correria. Era o único vídeo disponível que aparecia.

Abraço!
Kleiton disse…
Tranquilo, imaginei.
Abraço
Franke disse…
Gostei do jogo. Acho que foi o melhor desde que Felipão volvió. Ainda tem muita coisa que não entendo e vejo que muita gente não entende

A principal delas é isolar Neymar na ponta longe do gol. Por que não liebrar ele para atuar mais livre pelo meio e avançando área adentro

E será que não rola jogar com Lucas e Oscar no meio?
Vicente Fonseca disse…
Acho que vale ao menos o teste de Oscar e Lucas juntos, embora eu prefira a formação com Fernando, Paulinho, Hernanes e Oscar no meio.

Muito desse isolamento do Neymar passa por esse esquema 4-3-3 que de ofensivo só tem a fama. Com o meio que citei, todos jogariam mais próximos, e o Neymar certamente entraria nessa dinâmica, se tornando um jogador mais perigoso e útil ao time, e não dependente de uma jogada individual para aparecer na partida.

Ainda há um ano para o Felipão ver que essa escalação atual tá errada. O gringo é esperto, não é possível que não se dê conta disso.