O pesadelo dos anfitriões

A fama de estraga-festas do Uruguai irá à prova mais uma vez nesta quarta-feira. Contra o Brasil, a Celeste tentará pelo quarto torneio seguido eliminar o país-sede da competição. As últimas vítimas foram a Venezuela na Copa América de 2007, a África do Sul na Copa do Mundo de 2010 e a Argentina na Copa América de 2011. Nos últimos três torneios que disputou, o Uruguai tirou de cena o dono da casa.

Abaixo, trazemos um apanhado de todas as oportunidades em que a Celeste estragou a festa de quem recebeu o torneio. Não foram poucas as vitórias - e muitas delas de extrema importância. Aqui elencamos as vezes em que o Uruguai tirou o dono da casa, mas os charruas conquistaram títulos derrotando anfitriões também nas Copas América de 1920, 1926 e 1935. Não foram jogos necessariamente decisivos, e por isso não entram aqui, mas mostram a força da Celeste na condição de visitante.

Copa América 1916: em seu primeiro torneio oficial na história o Uruguai já estragou a festa de um anfitrião. A vítima foi a Argentina. A primeira Copa América de todos os tempos reuniu uruguaios, chilenos, brasileiros e argentinos, os donos da casa. O último jogo foi Argentina x Uruguai, em Buenos Aires. A Celeste segurou um empate em 0 a 0 e fez a festa na casa de seu maior rival.

Copa do Mundo 1950: o Maracanazo é a mais célebre de todas as festas estragadas na história do futebol mundial. A Copa de 1950 tinha um quadrangular em sua fase final, e quem fizesse mais pontos seria o campeão Por coincidência, Brasil e Uruguai chegaram à última rodada vivos e com um confronto direto marcado para o Maracanã. Os brasileiros vinham em êxtase após golearem Suécia (7 a 1) e Espanha (6 a 1), e tinham a vantagem do empate contra os uruguaios. A equipe da casa saiu vencendo, mas cedeu o empate e a virada diante de 200 mil torcedores, perdendo a Copa, tida como certa, dentro de casa.



Copa América 1987: a Argentina campeã mundial, com Maradona e outros campeões no México em 1986 em campo, recebeu a Celeste no Monumental de Nuñez, pelas semifinais. Eliminado pelos argentinos na Copa do ano anterior, o Uruguai obteve uma doce vingança: venceu por 1 a 0, gol de Alzamendi, calou 75 mil torcedores e rumou para mais um título sul-americano, conquistado dias depois em cima do Chile.



Copa América 1999: o Uruguai chegou àquela Copa América com um time muito jovem, após o fracasso nas eliminatórias para o Mundial da França. Nas quartas de final, encarou o favorito Paraguai de Arce, Gamarra, Enciso e Roque Santa Cruz, terceira força do continente na época. Saiu perdendo, mas buscou o empate com Zalayeta no segundo tempo e eliminou a seleção dona da casa nos pênaltis. A equipe charrua passaria pelo Chile na semifinal, também nos pênaltis, mas cairia diante do Brasil na decisão.



Copa América 2007: depois de um mau começo, a seleção, já treinada por Oscar Tabarez, conseguiu se classificar após um 0 a 0 com a anfitriã Venezuela. Nas quartas de final, a Celeste novamente encarou a dona da casa. Com cinco jogadores que fariam sucesso na Copa de 2010, goleou por 4 a 1 e se classificou para a semifinal, na qual perderia para o Brasil de Dunga nos pênaltis.



Copa do Mundo 2010: o Uruguai é o responsável direto por um fato histórico em Copas, que é a primeira eliminação de um anfitrião na primeira fase do torneio. Em sua segunda partida, enfiou 3 a 0 na África do Sul, resultado que, na prática, alijava o time de Carlos Alberto Parreira da competição. Nas quartas de final, um novo crime contra a África: diante de um estádio inteiro a favor de Gana, obteve uma classificação heroica às semifinais, com direito a pênalti perdido pelos ganeses no último minuto da prorrogação, em um jogos mais emocionantes da história do futebol.



Copa América 2011: o destino colocou Argentina e Uruguai novamente frente a frente em uma Copa América disputada em solo argentino. E novamente os uruguaios se deram melhor: após empate em 1 a 1, a Celeste derrotou a rival nos pênaltis e rumou a mais um título continental no país vizinho.

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