Mais um ucraniano

Fernando saiu do Grêmio para o Shakhtar Donetsk por 11 milhões de euros. Fred sairá do Internacional para o Shakhtar Donetsk, dez dias depois, por 15 milhões de euros. À exceção do São Paulo, nenhum clube no Brasil vende tão bem quanto o Inter. O Grêmio não vendeu Fernando por um valor baixo, pelo contrário. É verdade que Fred é meia e Fernando é volante, e meias costumam ser mais valorizados que volantes. Mas estamos falando de um jogador de seleção brasileira, e Fred nem sequer foi cogitado ainda por Luiz Felipe Scolari para alguma convocação.

Isso não o desmerece, claro, pois até tem futebol para futuramente figurar entre os convocados. Só reforça a tese de que o Inter é um ótimo vendedor (mesmo que não fique com todo o dinheiro, mas 60% dele), e que a proposta era mesmo irrecusável. A reposição é que ainda não chegou. Para o lugar que Rodrigo Moledo deixou vago na defesa, por enquanto é o veteraníssimo Índio quem assume a bronca. Para a vaga de Fred, será ainda mais difícil achar substituto. Fred é um meia moderno, que arma e recompõe, atua tanto como meia quanto de volante. Cairia como luva no time de Felipão, por exemplo.

Era notório que o Inter precisava de dinheiro, e agora o clube ganha um alívio com estas duas vendas. Mesmo que a maioria destes recursos seja para pagar contas, há um maior potencial de investimento, e ele deveria começar pela substituição das peças que acabaram de deixar o Beira-Rio. Júlio Baptista e Alex, os mais citados até agora, são tecnicamente ótimos, mas ambos muito lentos, ao contrário de Fred. Para um time que já tem Forlán, Leandro Damião e D'Alessandro, o ideal é trazer gente mais leve, como Jorge Henrique, e não jogadores lentos ou pesados, como os cogitados ou que já são titulares.

A venda é boa, e é um ótimo negócio em termos financeiros. Agora vem a segunda parte, que é tapar o buraco. E aí será preciso criatividade, coisa que esta direção de futebol do Inter até agora não mostrou em 2013.

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