A fome de Luisito



Enquanto os reservas do Uruguai passeavam sobre o Taiti, chamou a atenção uma cena no primeiro tempo: Forlán e Suárez, no banco, loucos para ingressarem no gramado e entrarem na briga pela artilharia da Copa das Confederações. Abel Hernández, tecnicamente bem inferior a ambos, aproveitou a chance e fez logo quatro. Só não é o goleador máximo do torneio porque Torres, que também fez quatro nos taitianos, anotou mais um hoje, contra a Nigéria.

Nos 24 minutos em que ele esteve em campo, Suárez marcou dois gols. Possivelmente teria feito cinco ou seis se entrasse desde o começo. Mas a fome é mais uma licença poética que uso para o título do texto: Luisito comemorou tanto quanto se tivesse marcado em um treino, porque na verdade foi quase isso mesmo. O Uruguai se deu ao luxo de, como a Espanha, entrar com reservas e chegar mesmo assim aos 8 a 0 que lhe dariam classificação mesmo que a Nigéria tivesse batido a campeã mundial em Fortaleza.

Para a semifinal, o Brasil apresenta melhores condições de vencer, embora as perspectivas sejam de grande equilíbrio. Se em conjunto o Uruguai é mais consolidado, a equipe dona da casa conta com individualidades melhores, mas principalmente vem numa ascensão, enquanto a Celeste tenta retomar uma estabilidade após cair muito de desempenho desde a metade de 2012. Ainda assim, o confronto é muito mais equilibrado que o duelo europeu entre Espanha e Itália, no qual a equipe espanhola tem um favoritismo bem mais destacada.

Nem quero citar aqui o fator local, pois o Uruguai adora estragar festa de anfitriões - e quem não quiser falar da já batida Copa de 1950 pode lembrar que a Celeste eliminou a Venezuela na Copa América de 2007, ajudou a derrubar África do Sul na Copa de 2010 e tirou a Argentina da Copa América de 2011, ou seja: eliminou todos os anfitriões dos últimos três torneios que disputou.

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