O melhor final para o começo do ano



O título gaúcho do Internacional em 2013 era algo previsível desde que o certame iniciou, ficou ainda mais evidente após a eliminação do Grêmio na semana passada, mas foi bem mais sofrido do que se esperava, apesar de antecipado. Se na Taça Piratini a conquista veio com vitórias fáceis sobre os reservas gremistas, o Esportivo e o São Luiz, goleado inapelavelmente em Ijuí, na Farroupilha o Colorado sofreu para bater Lajeadense e Veranópolis, e foi campeão sobre o Juventude apenas nos pênaltis. Mas ainda assim foi merecido, por toda a campanha do time de Dunga apresentada ao longo do certame.

As dificuldades dos últimos jogos (e nesta conta podemos incluir o pobre empate diante do Santa Cruz em Recife) são até saudáveis para o Internacional, pois não mascaram os problemas do time - todos normais, pois trata-se de uma equipe em construção. O título antecipado é ótimo, ajuda a dar confiança para Dunga e seu grupo, mas o desempenho não tem sido bom, o que certamente levará o Colorado a buscar reforços para entrar mais encorpado na disputa da Copa do Brasil e do Brasileirão. Portanto, além da taça, o Inter recebe o aviso, por suas atuações, de que deve e ainda precisa melhorar. E isso é bastante positivo.

Neste domingo, mais uma vez, o time de Dunga exibiu problemas no setor criativo, e desta vez com D'Alessandro em campo. Lisca armou o Juventude mais fechadinho, com três volantes, e neutralizou o Colorado em quase todo o jogo. Somente após a saída de Leandro Damião, por lesão, e a entrada de Caio, é que o Inter melhorou. Passou a ser um time mais leve, movediço, menos pesado e preso à marcação do que antes. Ainda assim, não chegou a merecer a vitória no tempo normal. O Juventude não criou praticamente nada no segundo tempo, mas teve um gol anulado de forma bastante discutível no primeiro. Lisca, que já tem bronca de Márcio Chagas da Silva desde o Grêmio x Caxias que decidiu a Taça Piratini em 2011, foi à loucura. Bom, ele quase sempre vai à loucura.

O Internacional fez mais pontos, tem mais vitórias, tem os artilheiros, é o campeão dos dois turnos. Como disse o vice de futebol Marcelo Medeiros, é o time que levou o Gauchão a sério desde o início, e por isso mereceu vencê-lo. São muitos os pontos positivos ao final desta primeira etapa do ano. Embora ganhar o estadual não seja garantia de emprego (os últimos cinco campeões - Abel, Tite, Silas, Falcão e Dorival - não terminaram o ano), é importantíssimo para Dunga ganhar, em quatro meses como técnico de clube, seu primeiro título. A vantagem de títulos em relação ao Grêmio (42 a 36, seis estaduais a mais) é a maior desde 1985. Levantar a taça no Centenário fortalece a cumplicidade do torcedor colorado e do time com sua casa de 2013. E o melhor: o trabalho de Dunga está visivelmente no caminho certo. Embora ainda seja precoce qualquer empolgação, o Inter evoluiu do começo do ano para cá, parece mais entrosado e com padrão de jogo mais consistente.

Comentários

Sancho disse…
Espero que não, mas aí caímos na quarta, e como é que fica o discurso dos "arrotadores de caviar"?

Ninguém é PAI no clube?! Meu filho mais velho comemoraria até campeonato de cuspe à distância, só pela farra de um. Aí abrem mão de abrir a Arena com um título, no ano que o Inter sequer tem casa!

Ah! Mas, claro, a Arena não é nossa!

Tchê, estou possesso...