Finais diferentes para uma mesma história

Quem viu Grêmio x Santa Fé ontem certamente lembrou da expulsão de Cris ao ver Lúcio levar cartão vermelho hoje. São muitas semelhanças: dois zagueiros experientes, com passagem pela seleção brasileira, que vieram para trazer cancha às respectivas defesas, mas que até agora não corresponderam dentro de campo às expectativas sobre as quais foram trazidos. E que prejudicaram demais suas equipes em uma partida decisiva de Libertadores, justamente o tipo de jogo para os quais foram contratados.

A exemplo do Grêmio, o São Paulo se superou hoje no Morumbi. Foi igualmente empurrado por uma torcida apaixonada. Mas há uma grande diferença nisso tudo: o adversário. A partida de hoje se encaminhava de forma favorável, como a de ontem. Muito melhor no 11 contra 11, o São Paulo pressionou o Atlético-MG. Jadson e Ganso provaram que podem, sim, jogar juntos. Ney Franco perdeu Luís Fabiano suspenso, depois Aloísio aos 12 minutos por lesão e, mais adiante, teve que tirar Ademílson por conta da expulsão de Lúcio. O lance capital da partida, claro.

O Atlético-MG, então, tomou conta do jogo. E reagiu cedo: Lúcio levou o vermelho aos 34, Ronaldinho empatou aos 41, em falha coletiva da defesa são-paulina. A situação ficou dramática: com um a menos durante todo o segundo tempo, o São Paulo, que já tem um time tecnicamente inferior ao do Galo se completo, nem na raça conseguiria igualar as forças. O Atlético-MG, aliás, pode não ter ganhado Libertadores, mas tem um time muito mais experiente que seu adversário. Sem se afobar para buscar a vitória, trocou passes pacientemente. Ronaldinho coordenou todos os movimentos, foi o maestro. Bernard e Jô se movimentavam para dar opções insistentemente. Uma hora o espaço iria surgir. E surgiu. E Diego Tardelli decretou a virada.

Se Cris dificultou a classificação do Grêmio, Lúcio arruinou a do São Paulo. O Atlético-MG é um timaço, mas não é imbatível. O próprio Tricolor Paulista lhe venceu há pouco tempo e hoje vencia, até ter inferioridade numérica. O time de Ney Franco não está proibido de vencer em Belo Horizonte. O problema é que o Galo, além de nunca ter perdido no Independência desde a sua reinauguração, só cai fora se levar ao menos dois gols. A classificação está bem encaminhada, mas ainda não decretada. Cuca levou para Minas este mesmíssimo placar, há dois anos, com o Cruzeiro, diante do azarão Once Caldas. Como quem apanha não esquece, certamente trabalhará isso nestes seis dias até a quarta-feira que vem.

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