Os dois mereciam (mas o Borussia merece mais)

O Borussia Dortmund perdeu a invencibilidade, passou de uma forma mais dramática do que se previa após a goleada obtida no jogo de ida, mas mereceu a vaga. O Real Madrid jogou melhor mesmo nos primeiros 15 e nos últimos 15 minutos do jogo do Bernabéu. Foi de uma intensidade espantosa nesta meia hora específica, mas, em geral, jogou menos que o time alemão no conjunto dos 180 minutos.

Apesar de jovem, o Borussia espanta pela maturidade. Foi pressionado violentamente pelo timaço de José Mourinho no começo, e se segurou do jeito que dava. Em muitos casos, o milagroso goleiro Weidenfeller foi o último recurso. O cenário era um tanto amedrontador, apesar dos 4 a 1 de vantagem, pois Götze deixava o campo lesionado aos 12 minutos. Grosskreutz, porém, entrou bem. E o time de Jürgen Klopp aos poucos foi equilibrando o jogo.

Dos 15 minutos do primeiro tempo aos 35 do segundo, não houve uma pressão madrilenha que encurralasse o time de Dortmund. Neste sentido, Reus teve grande atuação: segurou a bola, ditou o ritmo do meio e ainda criou perigo mesmo sem Götze ao seu lado. Nos primeiros 15 minutos da etapa final, foi o time alemão que mandou no jogo. Lewandowski chutou no travessão aos quatro minutos, Diego López fez milagre em chute de Gündogan aos 15. O jogo estava sob controle. Até que o futebol mostrou, mais uma vez, porque é um esporte tão excepcional e maravilhoso. O Real Madrid fez 1 a 0 com Benzema aos 37, e no embalo dos 85 mil torcedores que fizeram do Bernabéu um verdadeiro caldeirão, acreditou na reação copeira. Sérgio Ramos ampliou aos 42, e por pouco não veio o terceiro. Uma reação tão furiosa, no ótimo sentido, que quase destrói em 10 minutos tudo o que time alemão levou 170 para construir.

Mas a derrota não desvaloriza em nada a classificação do Borussia Dortmund. Pelo contrário, segue enchendo-a de méritos. Apesar dos 2 a 0, o time alemão mostrou superioridade em relação ao Real Madrid na maior parte do tempo. Os gols no fim, a pressão da torcida e o timaço em si que José Mourinho comanda só atestam a qualidade do time alemão: não é fácil jogar mais que um time com este força toda. Os madrilenhos, que caíram por seis anos seguidos nas oitavas, caem agora pela terceira vez consecutiva numa semifinal (curiosamente para os outros três semifinalistas deste ano, Barcelona, Bayern e Dortmund). Também fizeram, em sua reação tardia, por merecer uma vaga, pois mostraram uma raça impressionante, que não se espera de um time tão estrelado. Mas nem com toda esta qualidade e raça a equipe conseguiu eliminar o Borussia. É forte ou não é este timaço alemão?

Comentários

Franke disse…
Esse time do Real é excelente, mas parece que a era Mourinho acabará meio melancólica sem ter nem chegado à final da Champions. Difícil pensar no que deu errado, pois há ótimos jogadores (numa média até melhor que o Barça, creio), há um craque goleador e muita disposição em campo.

Mas é impossível não torcer pelo Borussia. Acho que essa derrota no final por 2 a 0 só fará bem ao time. Um choque de ânimo, realidade (era meio injusto ao Real sair derrotado por 4 a 1 no geral dos 180 minutos) e vontade pra vencer.

Nessa final que vem aí, sou mais Borussia.