Finalmente em casa

Houve campanha para a torcida ir ao Centenário, houve queda no preço dos ingressos. Tudo para o Inter se sentir em casa. E parece que, finalmente, o Colorado teve de fato o mando de campo em 2013. A pressão da torcida após o intervalo, apoiando o time que perdia para o organizadíssimo Lajeadense, foi importante. Ajudou a puxar o time para dentro da equipe do interior, a assustar o bom time de Flávio Campos e a encaminhar a vitória de virada, que deixa o time rubro a dois jogos do tricampeonato gaúcho.

Foi um dos testes mais difíceis pelo qual passou o Inter no ano, senão o mais difícil. O Lajeadense mostrou porque é o melhor time do interior na atualidade. Com uma marcação implacável, só dava ao Colorado a alternativa da bola parada para ingressar em sua área. Só que por cima os zagueiros Gabriel e Micael formavam um paredão. Tanto que foi Gabriel, de cabeça, o autor do gol que abriu o placar e deixou o jogo ainda mais feição para a equipe visitante. O Lajeadense seguiu se defendendo com muita competência no primeiro tempo - e até mesmo no segundo, mesmo que não tenha conseguido suportar a pressão.

Claro que explicar a virada pela torcida é de uma demagogia vil. O Inter teve bem mais que o incentivo dos colorados para virar o jogo. Até mais do que Juan, autor dos dois gols, teve D'Alessandro assumindo o jogo e comandando a reação. Pelo argentino, passaram todas as jogadas perigosas do time, até porque Forlán (apesar de ter cobrado as jogadas que resultaram em gols) e Leandro Damião não estavam em suas melhores tardes. Mas houve o apoio com Gabriel e Fabrício, subidas dos volantes (Aírton perdeu chance incrível dentro da área), de Fred, de todos. Se a marcação do Lajeadense foi implacável no primeiro tempo, a pressão colorada o foi, igualmente, no segundo.

Ganhou quem tem mais qualidade técnica. Na etapa inicial, o Lajeadense perdeu dois contragolpes que poderiam ter definido sua classificação, justamente porque faltou um melhor acabamento na jogada - algo que sobra a um elenco muito mais forte como o do Inter. De todo modo, Flávio Campos está de parabéns. Montou um time organizado e forte como há anos o interior não via. O Lajeadense pode ter parado nas duas quartas de finais dos dois turnos do estadual, mas há anos (talvez desde o Juventude de 2007) um time do interior não jogava em alto nível durante todo o Gauchão. Se mantiver a base, pode ir longe na Série D.

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