Com o regulamento

O Grêmio passou um mês treinando uma formação sem Elano para praticamente não conseguir utilizá-la na hora decisiva. A boa marcação do desfalcado e abnegado Fluminense dificultou demais qualquer tentativa de penetração. Como Marco Antônio não é Elano, Zé Roberto acabou sobrecarregado. Vargas jogou pouco e Barcos, visivelmente descontado, não contribuiu como normalmente pode. Tudo isso resultou em um primeiro tempo fraco, monótono, de pouco futebol. Até a expulsão de Cris.

Justo ou não, o cartão vermelho minou de vez a proposta de Vanderlei Luxemburgo. Foi preciso repensar tudo para o segundo tempo. Sacar Vargas era o mesmo que abdicar do contragolpe e das chances de vitória. Mas pensando bem, de que adiantaria arriscar? A entrada de Kleber fortaleceu o poder combativo da equipe, a tentativa de segurar a bola na frente e cavar uma falta que pudesse resultar em gol. O Flu, mesmo desfalcado, tinha superioridade numérica, e por isso controlava amplamente as ações. A chance de classificação antecipada, remota por conta dos problemas antes da partida, se tornava real para os cariocas. Rhayner chegou a fazer um gol, mal anulado. Um dos tantos erros do trio comandado pelo sempre controverso Ricardo Marques Ribeiro.

O Grêmio só se achou mesmo com Adriano no lugar de Barcos. Em vez de virar um ferrolho cretino, o time se reencontrou em campo. Equilibrou o jogo, teve suas chegadas na bola parada, e passou a ser menos acossado. Luxemburgo, aliás, viu bem a situação da partida e fez a leitura correta do jogo e da tabela da Libertadores. Jogou com o regulamento: para o Grêmio, dava praticamente no mesmo vencer ou empatar. Perder é que seria ruim, muito ruim. Vendo seu time prestes a sofrer uma segunda derrota em casa, tratou de garantir um 0 a 0 que, se não é bonito, é útil. Chegar ao Chile sem a obrigação de vencer o Huachipato é bem menos desconfortável do que precisar necessariamente da vitória. Aliás, o empate foi bom também para o Fluminense, diga-se. O 0 a 0 serviu a todos na Arena.

Seja como for, o Grêmio não jogou bem quando tinha 11, e as vaias ao final do primeiro tempo deixam isso claro. Mas foi raçudo, com a cara que todos querem de um time que disputa a Libertadores, quando ficou com 10 - e os aplausos no fim do jogo são igualmente sintomáticos. A situação a que o time foi submetido nesta quarta na Arena foi inédita neste ano: segurar na base da raça um resultado, com muitas adversidades pesando em contrário. Foi um empate sem brilho, sem bom futebol, mas com muita disposição, com torcida apoiando e, acima de tudo, que serviu como um ótimo teste para o que promete ser uma dramática noite na quinta-feira que vem, em Talcahuano.

Comentários

Chico disse…
Depois de ir a três jogos na arena da oas (sim, pois o verdadeiro estádio do GRÊMIO se chama OLÍMPICO MONUMENTAL erguido pelos próprios gremistas), posso dizer que é uma VERDADEIRA BOSTA!!!

Um estádio onde o próprio presidente do clube é barrado não pode ser sério.

E os tais de orientadores/apoio dão um bando de FILHAS DA PUTA!!!

Espero que um dia regressemos para nossa verdadeira casa