15 - 7 = zero

Mais uma vez, a tal vantagem de ser o primeiro na classificação geral pouco adiantou. Em 2010, o Corinthians foi "premiado" pegando o Flamengo, e acabou eliminado. No ano seguinte, o Cruzeiro até tinha vantagem teórica, mas foi surpreendido em casa pelo Once Caldas. Em 2012, o Fluminense pariu uma bigorna para tirar o Internacional. E agora o Atlético-MG ganha de brinde um São Paulo empolgado, renascido e que acabou de lhe ganhar uma partida decisiva num Morumbi pulsante e lotado.

O São Paulo não jogou um grande futebol, mas teve muita raça. Só assim mesmo conseguiria superar o desafio que lhe foi imposto nesta quarta-feira. Sem Luís Fabiano e Jadson, seus dois principais artilheiros em 2013, se impôs ao badalado Galo desde o início. O time de Cuca não entrou desmobilizado, mas, pior do que isso, sentiu o Morumbi. Com um time bem mais modesto, onde o candidato a craque (Ganso) jogou bem menos do que deveria, o time de Ney Franco conseguiu os gols na marra. Pressionou durante o primeiro tempo, fez seu gol de pênalti no começo do segundo, segurou a minguada pressão atleticana e ainda conseguiu o segundo, um merecido prêmio pela dedicação, levando os 50 mil torcedores à loucura.

Os 2 a 0 dão pistas fundamentais para as oitavas de final, mais até do que as cinco rodadas anteriores desta chave. O Atlético-MG fez 15 pontos na fase de grupos, contra só 7 do São Paulo. São oito a mais, é mais do que o dobro, mas tudo começa do zero nas oitavas. O Galo tinha a chance de eliminar o Tricolor hoje à noite, e não o fez. Agora, terá que começar tudo de novo, sem qualquer tipo de vantagem na tabela. Jogar a segunda em casa não é necessariamente bom.

O preocupante nessa história toda é que o time de Cuca falhou justamente na primeira vez em que foi posto sob pressão na Libertadores. Tinha a chance de eliminar um rival direto, e não o fez. Vacilos em Libertadores não costumam ser perdoados, mas neste caso específico o time de Belo Horizonte terá direito a uma segunda chance. O detalhe é que, agora, o favoritismo acaba. A qualidade técnica sempre entra em campo, mas no mata-mata a postura muitas vezes pesa bem mais do que isso. E, se sobra qualidade ao Galo, sobra vontade ao Tricolor, que é um time mais fraco, mas com bem mais tradição em Libertadores e que agora cresce demais com este excelente resultado. Por tudo o que vimos hoje, uma classificação paulista para as quartas de final não seria surpresa alguma.

Comentários

Chico disse…
Os mineiros perderam uma grande oportunidade de eliminarem os bambis.