Vale a pena ser líder?

Ontem, muito se comentou que o objetivo do Atlético-MG, que está muito próximo da classificação às oitavas de final da Libertadores, é ser o líder geral da primeira fase. Claro, ninguém entra para perder jogo algum. Mas será que vale à pena buscar esta liderança? Já vimos, estatisticamente, que não é garantia alguma de título na competição ser o líder geral da fase de grupos, e tampouco a garantia de jogar a segunda dos mata-matas em casa é com certeza um bom negócio. Mas olhando a tabela da atual edição da Libertadores é que vemos que, na verdade, pouco importa ser líder ou vice-líder da chave. Pedreiras virão de todos os lados.

O próprio Galo serve de alerta. Atualmente, seu adversário nas oitavas seria o Toluca, o que representaria viajar até o distante México para depois receber em Belo Horizonte um time que já bateu o Boca Juniors em plena Bombonera. Mas ainda é cedo: o Boca pode se classificar. Dificilmente, porém, será líder de chave. Passando, pode muito bem ser o pior vice-líder. Pegaria o líder geral logo de cara nos mata-matas. E aí, de que teria adiantado tanto esforço? No ano passado, o Fluminense foi o primeiro dos primeiros e pegou o Internacional, em dois jogos complicadíssimos. Há dois anos, o Once Caldas eliminou o Cruzeiro do mesmo Cuca que hoje comanda o Atlético-MG e quer a liderança geral.

A lista atual de vice-líderes é assustadora. Inclui os tricampeões São Paulo e Olímpia, o pentacampeão Peñarol, o atual campeão Corinthians, e o bicampeão Grêmio. Destes, só o Tricolor Gaúcho tem chances grandes de ainda ser o líder de sua chave. Mas colocaria ninguém menos que o Fluminense, atual campeão brasileiro, na segunda posição do Grupo 8. Olímpia e Peñarol também podem ser campeões do grupo ou até eliminados, pois estão em chaves equilibradas. Sabe quem poderia entrar no time dos vice-líderes, neste caso? Vélez e Universidad de Chile.

Muito mais do que gastar bala na fase de grupos para terminar como líder, é preciso se classificar e se preparar adequadamente para os mata-matas, pois eles serão difíceis. Abaixo, trazemos a lista de como seriam os confrontos atualmente. É preciso considerar que ainda é muito cedo e que quatro das 32 equipes (Fluminense, Huachipato, Emelec e Iquique) já jogaram quatro vezes. Os demais, todos, fizeram três partidas.

Tijuana x São Paulo
Universidad de Chile x Grêmio
Nacional-URU x Sporting Cristal
Real Garcilaso x Olímpia
Atlético-MG x Toluca
Vélez Sarsfield x Peñarol
Libertad x Corinthians
Fluminense x Santa Fé

Comentários

Anônimo disse…
pois é, também andei pensando nisso. nao adianta querer ficar em primeiro pra fugir dos brasileiros. alguns vao acabar em segundo nos seus grupos.

e tem muito time que consegue a vaga pelo segundo lugar do grupo que chega com mais sangue nos olhos na fase de mata-mata do que os primeiros colocados.

e tem um amigo meu aqui do lado que tá me dizendo que é "valer a pena", sem crase. mas não sei.
Vicente Fonseca disse…
Com certeza. Não faltam exemplos de vice-líderes que foram campeões adiante. Dos últimos seis campeões, quatro foram vice-líderes na fase de grupos: Boca Juniors (2007), LDU (2008), Estudiantes (2009) e Santos (2011).

Valeu, vou corrigir e tirar a crase. O curioso é que eu sempre escrevi "valer a pena" sem crase e um dia veio alguém aqui me corrigir, e passei a colocar. Mas olhei no dicionário e realmente o correto é sem.

Abraços.