Pelo fim da maldição caseira

O primeiro passo da receita para acabar com a maldição que acomete os mandantes no Grupo 8 da Libertadores é não acreditar nela. O fator psicológico costuma pesar na Libertadores, e há dois motivos que poderiam fazer o Grêmio temer o jogo desta noite: estes cinco fracassos dos donos da casa nesta chave e outro, absolutamente contraditório, que é o de não sentir-se plenamente em casa na Arena. Para este último, basta aceitar os fatos: a Arena é a casa do Grêmio, basta se acostumar com ela. O Olímpico é histórico e acolhedor, mas só deixando-o de lado e abraçando a nova casa de vez, sem reclamar do gramado (que já está bem melhor), é que o Tricolor poderá exercer fator local novamente.

Mas olhando tecnicamente a questão sobre hoje à noite, não há tanto o que temer. O Grêmio é bem superior ao Caracas e jogará diante de sua torcida. Tem tudo para conseguir a vitória. Vanderlei Luxemburgo testou diversas vezes durante a semana a capacidade do seu time de furar retrancas. Foram dois treinos táticos em campo reduzido e outros dois jogos-treino contra equipes do interior, que jogam fechadinhas. Tudo para encontrar alternativas diante de equipes que jogam do modo como o Caracas deve entrar em campo hoje à noite - e como vários fizeram no Olímpico em 2012, arrancando pontos precisos na campanha do Brasileirão.

Há uma grande curiosidade sobre o que poderá fazer este time, que massacrou o Fluminense há duas semanas. O potencial é imenso, mas dificilmente a atuação terá o brilho de 15 dias atrás, principalmente porque deve haver menos espaço. Somente saindo à frente no placar cedo seria possível repetir a grande atuação do Engenhão, e ainda assim é quase impossível atingir tal nível de perfeição. Mas, se o bom resultado é obrigação, jogar bem seria melhor ainda para um time que deixou de lado o estadual, jogando um Gre-Nal com seus reservas e sabendo do risco de eliminação, para se dedicar inteiramente à Libertadores.

É noite para o Grêmio encerrar a maldição caseira e assumir a liderança da chave. Como joga duas das três primeiras em casa, o time gaúcho precisa terminar esta primeira metade da fase de grupos em posição privilegiada na classificação. Até porque semana que vem há a volta, na Venezuela, onde o gramado do Estádio Olímpico de la UCV é dezenas de vezes pior que o da Arena ou qualquer um da segundona gaúcha.

Dunga em Ijuí
Dunga deu mais sorte que juízo. A súmula de Francisco Silva Neto complica bastante a situação do técnico colorado ao relatar os palavrões proferidos ao próprio árbitro e aos microfones, mas o julgamento só ocorrerá na semana que vem. Garantia de que, em sua primeira final pelo Inter, e em sua terra natal, ele estará presente.

Final em Ijuí
Faz muito bem o São Luiz em bater o pé e não aceitar a troca de local para a decisão da Taça Piratini. Tirar o jogo do 19 de Outubro seria injusto com a comunidade de Ijuí, mesmo que o jogo ocorresse em uma cidade razoavelmente próxima. Passar para Caxias do Sul ou Novo Hamburgo, como se chegou a cogitar, seria um desequilíbrio técnico cruel. Muitos clubes pequenos aceitam vender o mando de campo para os grandes nos mais diversos estaduais do Brasil (às vezes até no Brasileirão), o que é compreensível do ponto de vista financeiro, mas triste e lamentável do ponto de vista técnico - e deveria inclusive ser proibido. O Gauchão já foi decidido em Campo Bom, num estádio onde cabem 3 mil pessoas. O 19 de Outubro, com o dobro da capacidade, pode sim sediar uma final de turno.

O jogaço
A tarde é toda de Manchester United x Real Madrid. Quem passa? Tecnicamente, o time espanhol é melhor, vem de duas vitórias seguidas sobre o Barcelona, mas os ingleses vêm fazendo uma temporada superior e jogam pelo 0 a 0.

Comentários

Chico disse…
Só a vitória interessa