Impensável drama, esperada vaga

O Bayern München é muito mais time que o Arsenal, e jogo desta quarta deixou isso muito claro, apesar do resultado adverso, quase trágico. A equipe inglesa começou assustando e marcando 1 a 0, tornou dramático o fim da partida com o segundo gol, mas pouco fez em quase todo o resto dos 90 minutos. Prova, mais uma, de que o mata-mata não exige necessariamente a classificação de quem é tecnicamente superior, tampouco de quem joga melhor.

O começo inglês foi empolgante: em jogada de Rosicky e Walcott, Giroud abriu o placar, logo aos 3 minutos. Mas não houve qualquer tipo de pressão do Arsenal. No primeiro tempo, e em quase todo o segundo, só deu Bayern. Com uma saída forte de Lahm pela direita, era por este lado que os alemães insistiam. Müller fez grande partida, como um verdadeiro ponta. Robben, que teria que ser o ponta pelo lado canhoto, não ficou esperando jogo: caía para os dois lados do campo e para o meio, participando muito do jogo. Às vezes até demais: como sempre, pecou pelo individualismo. Ribery fez falta, pois faltou equilíbrio ofensivo aos bávaros. Schweinsteiger também, embora Luiz Gustavo tenha ido bem.

O mérito londrino era defensivo. Com uma verdadeira barreira à frente da área, o Arsenal impedia o Bayern de adentrá-la. Restavam os chutes de fora. No segundo tempo, com Müller ainda mais incisivo, a pressão aumentava em busca do empate. Notem: quem pressionava era o Bayern, que tinha a vantagem, não o Arsenal, que precisava de dois gols. O 1 a 0 já era para lá de injusto com os alemães, que só foram acossados na etapa final aos 33 minutos, em tabela de Gervinho com Cazorla que acabou numa conclusão para fora, dentro da pequena área.

Os minutos finais, claro, foram de pura pressão após o segundo gol, um prêmio imerecido para o Arsenal mas que fez jus à bela atuação do francês Koscielny. De qualquer modo, o placar engana: em nenhum momento o time inglês foi melhor ou mesmo jogou para vencer. E o Bayern não foi tão mal a ponto de deixar de ser considerado um dos maiores favoritos (senão o maior) ao título. Mas fica o alerta: foram muitos gols desperdiçados hoje à noite. E a superdefesa de Van Buyten e Dante, embora muito segura, ainda assim é humana. Dos males o menor: vão-se os 23 jogos de invencibilidade, fica a vaga.

Em tempo:
- Novo gosto amargo para os gunners. Em 2012, o Arsenal levou 4 a 0 do Milan e fez 3 a 0 na volta, não passando por um gol. Agora, em uma nova missão impossível, bateu na trave de novo.

- O Málaga é a zebraça da edição 2013. Os 2 a 0 sobre o Porto lhe garantem como o terceiro espanhol entre os oito, junto de Real Madrid e Barcelona. Feito histórico.

Liga dos Campeões da Europa 2012/13 - Oitavas de final - Jogo de volta
13/março/2013
BAYERN MÜNCHEN 0 x ARSENAL 2
Local: Allianz Arena, Munique (ALE)
Árbitro: Pavel Kravolec (TCH)
Público: não divulgado
Gols: Giroud 3 do 1º; Koscielny 40 do 2º
Cartão amarelo: Lahm, Martínez, Gomez, Gibbs, Rosicky, Giroud, Mertesacker, Cazorla e Koscielny
BAYERN MÜNCHEN: Neuer (5), Lahm (6), Van Buyten (6), Dante (6,5) e Alaba (5); Martínez (5,5), Luiz Gustavo (6) e Kroos (4,5) (Tymoschuk, 35 do 2º - sem nota); Müller (7), Mandzukic (4,5) (Gomez, 27 do 2º - 5) e Robben (5,5). Técnico: Jupp Heynckes (5,5)
ARSENAL: Fabianski (7,5), Jenkinson (5,5), Mertesacker (6), Koscielny (7) e Gibbs (6,5); Arteta (6), Ramsey (5,5) (Gervinho, 26 do 2º - 6), Rosicky (6), Walcott (5,5) (Chamberlain, 26 do 2º - 5,5) e Cazorla (6); Giroud (6,5). Técnico: Arsene Wenger (6)

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