Retrospectiva 2012: Fluminense

Desde 2007 o Campeonato Brasileiro não tinha um campeão tão superior aos rivais quanto o Fluminense. O título de 2012 do Tricolor Carioca veio com três rodadas de antecedência (há quatro anos o campeão só era conhecido na última rodada), e se deveu muito mais à sua qualidade e eficiência do que a uma suposta fragilidade de seus adversários mais próximos. Afinal, tanto Atlético-MG como Grêmio, os dois que mais caçaram o time de Abel Braga, seriam campeões das últimas três edições da competição com as campanhas realizadas na atual temporada.

A eficiência sempre foi a marca do Flu em 2012. No Campeonato Carioca, fez campanha bem inferior à do vice-campeão Botafogo e até mesmo do Vasco, mas goleou seus rivais nos clássicos decisivos. Após fazer a melhor campanha da fase de grupos, a equipe perdeu vaga nas semifinais da Libertadores para o Boca Juniors no detalhe, mas no Brasileirão não houve chance para os rivais. Último invicto a cair (após 12 rodadas), o Flu sempre foi a equipe mais consistente. Tanto que, mesmo com a arrancada fulminante do Galo no primeiro turno, não houve quem tivesse coragem de descartá-lo da briga pelo título. E, curiosamente, ganhou o campeonato com facilidade mesmo sem ter sido campeão de nenhum dos dois turnos. Regularidade ao extremo.

A conquista veio através de um elenco repleto de opções, muita eficiência (tanto defensiva quanto ofensiva) e uma extrema frieza para decidir as partidas. O Fluminense constantemente se via atacado pelos adversários, mas dava o bote na hora certa e ganhava. Por isso, obteve 39 pontos em 19 jogos fora de casa, desempenho superior ao seu próprio como mandante, algo nunca visto na história do Brasileirão por pontos corridos. Com 68,5% como visitante, obteve a melhor campanha longe de seus domínios de uma equipe nas últimas décadas. O time apresentou dificuldades contra os melhores (ganhou só 1 dos 6 jogos que fez contra os outros times do G-4), mas bateu sem piedade nos mais fracos. Quase não houve tropeços ou zebras. A concentração era tanta que, assim que foi campeão, o time relaxou e não venceu mais nenhum jogo, deixando de realizar a melhor campanha da história dos pontos corridos, possibilidade viva até o final.

A extrema eficiência ofensiva e defensiva podem resumidas em dois nomes: Fred, o artilheiro do campeonato, e Diego Cavalieri, o melhor goleiro da competição, verdadeiro paredão. Mas houve ainda Wellington Nem, Jean, Gum, Carlinhos... E isso que Deco, Thiago Neves e Rafael Sobis nem fizeram um campeonato tão brilhante assim. Imagina se fizessem.

NÚMEROS DA CAMPANHA
77 pontos; 38 jogos; 22 vitórias; 11 empates; 5 derrotas; 61 gols marcados; 33 gols sofridos; 67,5% de aproveitamento
Em casa: 38 pontos (66,7%) - 5ª melhor campanha
Fora: 39 pontos (68,5%) - melhor campanha da Série A
Destaques: Diego Cavalieri (G), Wellington Nem (A), Fred (A)
Decepção: Wagner (M)
Artilheiro: Fred, 20 gols
Média de público: 15.707 (7º)
Posição rodada a rodada:
5ª rodada: 7º; 10ª rodada: 3º; 15ª rodada: 3º; 20ª rodada: 2º; 25ª rodada: 1º; 30ª rodada: 1º; 35ª rodada: 1º; Final:
Melhor atuação: Fluminense 4 x Bahia 0 (10ª rodada)
Pior atuação: Fluminense 1 x Atlético-GO 2 (25ª rodada)
Turno: 42 pontos, 2º colocado
Returno: 35 pontos, 2º colocado
Prognóstico Carta na Manga (09/05/2012): candidato ao título
2013: campeão, disputará a Copa Libertadores da América

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