A final da objetividade



O gol do Monterrey no fim do jogo não adiantou absolutamente nada, mas ao menos passou a refletir de fato o que foi esta semifinal entre a equipe mexicana e o Chelsea. A posse de bola foi equilibrada, não houve exatamente um massacre, mas houve, acima de tudo, objetividade do time inglês, que, é verdade, nunca correu riscos ou perdeu o controle do jogo, até pelo fato de o time mexicano ter tido uma atuação fraquíssima. Objetividade que tem sido a arma do Corinthians de Tite desde sempre, mas que premiará apenas dos dois times mais objetivos do mundo no próximo domingo.

A impressão, logo que começou o jogo, é que teríamos uma daquelas semifinais onde o time europeu sobra demais contra o mexicano. Por opção de Rafa Benítez, Ramires não saiu jogando. Entrou Oscar, para dar maior ofensividade à equipe. A ideia era tentar definir o jogo cedo. David Luiz, como volante, foi monstruoso: qualidade ímpar nos desarmes e distribuição de jogo, coisa que poucos centromédios de origem possuem hoje. Quem lembrou de Felipão e sua opção por Edmílson na Copa de 2002 está certíssimo. Pode ser uma opção para 2014 nesta função. A primeira chegada do Chelsea foi um chute dele por cobertura, de fora da área, que passou perto. A seguir, acertou lançamento perfeito para Hazard, que chutou certinho, mas a bola saiu um pouco além da trave.

O gol era questão de tempo, e veio numa jogada coletiva espetacular de Ashley Cole, Oscar e Mata, que fez 1 a 0, aos 16 minutos. Mas, após o gol, o Chelsea parou. Não correu grandes riscos diante do Monterrey, que se atrapalhava na hora de atacar. O time inglês fez o contrário: na volta para o segundo tempo, matou o jogo com uma objetividade (sempre ela) impressionante. Ao 17 segundos, Torres fez o segundo. Ao 150 segundos, o gol contra de Chávez acabou a partida de fato. Tudo foi monotonia, até o golzinho de De Nigris, já nos acréscimos.

O Chelsea venceu bem, foi melhor que o Corinthians ontem, mas não vejo um favoritismo amplo a favor dos ingleses. A final de domingo promete ser equilibrada, entre dois times de características semelhantes, e sem uma diferença técnica tão grande assim. Os Chelsea tem inegavelmente mais elenco, mas não demonstrou um futebol deslumbrante (em nenhum momento neste ano fizeram isso): apenas foi muito consistente e objetivo, diante de uma equipe que jogou muito mal. E isso representa uma dificuldade tão grande para o Timão quanto se estivéssemos diante de uma equipe brilhante.

Em tempo:
- Nenhum cartão amarelo nas semifinais. Fato raro.

Mundial Interclubes 2012 - Semifinal
13/dezembro/2012
CHELSEA 3 x MONTERREY 1
Local: Internacional, Yokohama (JAP)
Árbitro: Carlos Vera (EQU)
Público: 36.648
Gols: Mata 16 do 1º; Torres 17 segundos, Chávez (contra) 2 e De Nigris 45 do 2º
CHELSEA: Cech (5,5), Azpilicueta (5,5), Ivanovic (6), Cahill (5,5) e Ashley Cole (6,5); David Luiz (7,5) (Lampard, 17 do 2º - 5,5), Mikel (6), Mata (6,5) (Paulo Ferreira, 28 do 2º - 5), Oscar (6,5) e Hazard (7,5); Torres (6,5) (Moses, 33 do 2º - sem nota). Técnico: Rafa Benítez (6,5)
MONTERREY: Orozco (4,5), Pérez (4) (Osório, 11 do 2º - 5,5), Basanta (4,5), Mier (5) e Chávez (4,5); Meza (4) (Solís, 36 do 2º - sem nota), Ayoví (5,5), Corona (4,5), Delgado (4,5) (Carreño, 37 do 2º - sem nota) e Cardozo (5); De Nigris (5,5). Técnico: Victor Manuel Vucetich (4,5)

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