Encilhado, mas não montado
Luxemburgo ousou hoje: escalou o Grêmio num 4-1-3-2. Era só Souza como volante e três meias. Na prática, o losango do primeiro semestre, só que o antigo Fernando foi Souza, Elano e Zé Roberto compunham a segunda linha do meio e Marco Antônio, tal qual no Gauchão e na Copa do Brasil, era o meia mais adiantado. A tática funcionou. Porque Souza foi impressionante à frente da defesa, Elano e Zé Roberto marcaram e armaram com grande qualidade e Marco Antônio cresceu junto com eles.
Tudo se encaminhava para uma vitória. O gol de Marcelo Moreno foi na pura qualidade técnica: primeiro de Elano, ao achá-lo no espaço vazio; depois, do próprio Moreno, ao dar o tapinha certeiro na saída de Felipe, como bom centroavante que é. O Flamengo, desorganizado, tentava equiparar na vontade. E encontrava na acomodação gremista uma grande aliada. Foi o grande pecado do time de Vanderlei Luxemburgo: administrou a vantagem cedo demais. Ainda no primeiro tempo, diga-se.
Na etapa final, o Fla veio disposto a buscar o resultado. E o Grêmio, além de acomodado, estava mais cansado. Elano e Zé Roberto deram certo no primeiro tempo, mas a função dupla, de marcar e avançar, os desgastou demais. Por isso, entrou Vílson: ajudaria Souza e liberaria ambos para só criar. E Leandro entrou para puxar os contra-golpes. Mas poderia ter saído Kléber, apagado, e não Moreno, hoje bem mais perigoso e voluntarioso. Só que o golaço de Adryan de falta, além de estabelecer justiça, veio logo em cima. E trouxe o Flamengo para cima. O Grêmio só melhorou com a posterior entrada de Marquinhos, reequilibrando o jogo. Mesmo assim, o final do jogo foi de pressão intensa.
Foi a terceira partida com atuação abaixo da média normal do Grêmio, o que acende o sinal amarelo. E foi uma chance perdida contra uma equipe em crise, que não ganha há sete jogos, só perdia há quatro e está na beirada do rebaixamento. Mas agora haverá uma semana para treinar, raridade nos últimos meses. E será preciso mesmo o retiro em Atibaia. Não só porque domingo que vem há o Atlético-MG, um confronto direto e importantíssimo (mas não definitivo, para bem ou para o mal, pois há 12 rodadas depois), mas porque alguns jogadores dão mesmo sinais de cansaço. Serão dias de descanso, muito pijama-training e para Luxemburgo pensar bem na estratégia. Haverá time completo, é bom lembrar.
Em tempo:
- Sem o fôlego de outros tempos, o Flamengo tenta fazer de Léo Moura um meia, processo semelhante ao que Zé Roberto sofreu há alguns anos. Hoje, ele esteve perdido. Ibson é quem foi bem, depois de muito tempo apagado e em crise técnica.
FICHA TÉCNICA


Local: Estádio Engenhão, Rio de Janeiro (RJ); Data: domingo, 16/09/2012, 18h30; Árbitro: Ricardo Marques Ribeiro (Fifa-MG); Público: 15.625; Renda: R$ 233.790,00; Gols: Marcelo Moreno 18 do 1º; Adryan 16 do 2º; Cartão amarelo: Léo Moura, González, Gilberto Silva, Werley e Vílson
Comentários
Solução para o Palmeiras: só o Delegado resolve. Primeiro reforço: Maricá, mas na meia.
Seja como for, não perder para o Atlético-MG é fundamental. Vencer seria o ideal e deve ser o objetivo dentro de campo - mas aqui entre nós, cochichando no cantinho, o empate até que serve...