Bom, mesmo, para o Fluminense

O 0 a 0 com o Atlético-MG foi bom ou ruim para o Grêmio? Depende do ponto de vista. Olhando a tabela, a equipe ficou para trás na disputa pelo título. Além disso, teve boas chances criadas e poderia ter vencido o jogo no segundo tempo. Assim, o empate parece mau negócio.  Porém, o Galo ganhara 10 de 12 jogos disputados em casa, e se mantém invicto como mandante. E, com o resultado, segue ao alcance do Grêmio. O que leva a crer que a igualdade foi boa para os gremistas. Na verdade, o resultado foi bom mesmo para o Fluminense, que abre diferença confortável para os gaúchos e já não pode mais ser alcançado pelos mineiros, mesmo tendo eles um jogo a menos.

O jogo do Independência foi extremamente tenso, equilibrado e intenso. O Atlético-MG teve a iniciativa quase sempre, mas o Grêmio nunca ficou acuado. Sempre teve saída, foi perigoso. Dois bons times, que tiveram boa atuação, mas saíram de Belo Horizonte com um resultado ruim dentro do contexto do campeonato.

Mesmo que com Bernard e Ronaldinho o jogo do Galo tenda a fluir sempre mais pelo lado esquerdo, foi pela direita que o time mineiro mais ameaçou no primeiro tempo. Carlos César, substituto de Marcos Rocha, exibia destemor no apoio. Contava com os erros de posicionamento de Anderson Pico, que às vezes parecia desligado do jogo. 

A tarefa do Grêmio no primeiro tempo era esfriar a pressão do Atlético-MG. O time mineiro criou algumas chances no início, mas logo Kléber e Elano começaram a cavar faltas que paravam o jogo e quebravam o ritmo atleticano. Colaborava muito também a ótima atuação dos volantes. Souza manteve a regularidade e Fernando esteve em noite que lembrou as primeiras excelentes atuações que teve neste Brasileiro. Se a bola passava por eles, Gilberto Silva e Werley estavam atentos. Era difícil passar pela defesa do Grêmio.

O segundo tempo começou difícil para a equipe de Luxa, que quase não chegava com perigo, embora não fosse tão acossada pelo Galo. A partir da entrada de Neto Berola no lugar de Guilherme, o Atlético-MG perdeu intensidade na frente. Aliando isso a um natural cansaço por estar tentando buscar o resultado desde o início, houve um decréscimo de produção e o melhor momento do Grêmio na partida. O incrível gol perdido por Marcelo Moreno em jogada de Pará sobre Richarlyson foi o símbolo deste bom momento gremista na partida. E nunca mais o Galo levou perigo.

No dia em que provou ser um time com condições de ser campeão brasileiro, pela maturidade apresentada sob condições tão adversas, curiosamente o Grêmio fica distante dele. Luxemburgo trabalhou bem durante a semana, tirando a pressão do time. O título ficou difícil, mas ainda não é impossível. De fato, há 12 rodadas pela frente, e muita coisa ainda vai acontecer nestes 36 pontos que há por disputar. O Grêmio precisa manter o ritmo, fazer 6 pontos contra Santos e Cruzeiro e seguir em sua toada. Para o Galo, que perdeu a liderança por pontos perdidos, o empate foi pior, até por ter sido em casa. 

FICHA TÉCNICA
ATLÉTICO-MG (0): Victor; Carlos César (Serginho), Leonardo Silva, Réver e Richarlyson; Pierre, Leandro Donizete, Bernard e Ronaldinho; Guilherme (Neto Berola) e Leonardo (Escudero). Técnico: Cuca
GRÊMIO (0): Marcelo Grohe; Pará, Werley, Gilberto Silva e Anderson Pico; Fernando, Souza, Elano (Léo Gago) e Zé Roberto (Marquinhos); Kléber (André Lima) e Marcelo Moreno. Técnico: Vanderlei Luxemburgo
Local: Estádio Independência, Belo Horizonte (MG); Data: domingo, 23/09/2012, 18h30; Árbitro: Héber Roberto Lopes (Fifa-PR); Público: 19.668; Renda: R$ 688.515,00; Cartão amarelo: Leonardo Silva, Bernard, Neto Berola, Elano, Zé Roberto, Marcelo Moreno e Kléber.

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