Muitos clássicos, pouco público

O Atlético-MG (1º, 43) segue sua incrível sequência de 13 jogos invicto. Ontem, chegou a estar perdendo para o Cruzeiro (8º, 28), gol de Wallyson, mas Leonardo Silva empatou no último lance do primeiro tempo, um balde de água fria num Independência exclusivamente azul, com 18 mil torcedores. O segundo tempo teve expulsões, muita confusão, um golaço de Ronaldinho e o improvável empate cruzeirense, com o zagueiro Mateus, aos 54 minutos da etapa final, quando o Galo tinha 8 em campo contra 10 do maior rival.

Mesmo sem vencer o clássico, o Atlético-MG mostra força. Confirmou o título do primeiro turno, já igualou a melhor campanha da história de uma metade de campeonato, mesmo com um jogo a menos. Quarta, contra a Ponte Preta, jogará desfalcado de Bernard e Pierre. Mas é jogo em casa, e tudo indica que mais uma vitória está por vir.

O Cruzeiro, por certo, perderá o mando de campo por algumas rodadas. Confusão na chegada do Atlético-MG, copo atirado no árbitro, tudo isso pesará, se o STJD adotar uma postura séria. Clássico com torcida única é mesmo uma "grande ideia", certo?

São Paulo: no Pacaembu, 37 mil pessoas pareciam ver o mesmo filme dos últimos cinco anos: uma vitória fácil do Corinthians (12º, 24) sobre o São Paulo (5º, 31). Émerson abriu o placar cedo, mas dois gols de Luís Fabiano deram a virada ao Tricolor, que termina o turno perto do G-4, roubando o quinto lugar do Internacional.

Rio de Janeiro: o Flamengo (9º, 26) criou mais chances, mas não passou de um empate em 0 a 0 com o Botafogo (7º, 28), no Engenhão (19 mil). A partida caiu muito de ritmo no segundo tempo. O empate mantém ambos na zona média da tabela - posição que devem ocupar até o fim do certame, diga-se.

Recife: o goleiro Gideão, do Náutico (11º, 24) fez simplesmente nove boas defesas que garantiram o empate em 0 a 0 com o rival Sport (19º, 15), na Ilha do Retiro (19 mil). O Leão da Ilha não marca gols há sete rodadas. A última vez foi no empate em 1 a 1 com a Ponte Preta, dia 25 de julho.

Florianópolis: o Coritiba (15º, 19) repete 2009. Foi bem na Copa do Brasil, mas não a ganhou, e aí se perde no Brasileiro. O risco de rebaixamento passa a ser cada dia mais real, mesmo que o time tenha plenas condições de evitá-lo. Neste domingo, a equipe foi derrotada por 3 a 1 para o Figueirense (20º, 14), no Orlando Scarpelli (5 mil), um candidataço a cair. Aloísio foi o destaque, fazendo os três gols catarinenses. Anderson Aquino descontou.

Salvador: quase 11 mil pessoas conferiram o jogo menos atraente da rodada: o empate entre Bahia (16º, 17) e Atlético-GO (18º, 16), no Pituaçu, em 1 a 1. Mesmo sendo o pior jogo em tese, foi o que Sportv transmitiu, em meio a tantos ótimos clássicos. Desrespeito com quem assina o canal.

A rodada de clássicos teve a decepcionante média de público de 15,5 mil torcedores por jogo. Fruto das obras no Beira-Rio, Mineirão e Maracanã, que, se pudessem receber gente (ou mais gente, no caso da cancha colorada), alavancariam a média para acima dos 25 mil, com certeza. Com tantos estádios fechados, o Brasileirão fecha o turno com média de apenas 13.042 torcedores por jogo. Muito pouco, mas explicável.


Comentários

Anônimo disse…
Isso do Sportv passar esses jogos que ninguém quer ver (fora as torcidas dos times envolvidos) já é prática costumeira. Depois ainda devem se perguntar o porquê da pirataria ou do baixo número de assinantes...
Diogo Terra disse…
Depois reclamam do Fútbol para Todos na Argentina, lá os caras pelo menos podem ver todos os jogos na íntegra.

Sobre a torcida única em MG: a grande imprensa até reclama das consequências, mas blinda a CBF e o grupo de Aécio Neves...