Seleção da Euro 2012

Terminada mais uma Eurocopa, chegou a hora de apontar os melhores. A seleção do Carta na Manga procurou olhar todo o torneio, e não apenas quem se destacou nos jogos finais. Por isso, poucos jogadores da Espanha, que, embora campeã com todos os méritos, só jogou bem mesmo na grande decisão.


Buffon (Itália): a Euro não teve goleiros que se destacassem por defesas impossíveis, como algumas Copas e edições anteriores já foram, mas teve ótimos nomes: o seguro Neuer, o ótimo Hart, o calmo Casillas, o novato Rui Patrício... Na média, Gigi Buffon foi o melhor de todos, salvando a Itália com grandes defesas em dois jogos-chave da campanha do vice-campeonato da Azzurra: o empate com a Espanha, na estreia, e a vitória sobre a Alemanha, na semifinal.

Johnson (Inglaterra): os ingleses fizeram uma boa Euro, especialmente o setor defensivo. Em uma posição carente de destaques na competição, Glen Johnson teve regularidade em bom nível de atuações. Foi correto no apoio e mais ainda na marcação. Nomes como o aplicador marcador alemão Boateng, o ótimo apoiador francês Debuchy e o surpreendente tcheco Selassie também merecem ser lembrados.

Hummels (Alemanha): ele pode ter sofrido com Cassano na semifinal, mas foi soberano nos outros quatro jogos. O jovem Hummels é o melhor zagueiro alemão em muitos anos, e deve liderar a zaga da equipe nas próximas duas Copas do Mundo. Com personalidade, liderança e qualidade técnica, foi o melhor zagueiro da competição.

Pepe (Portugal): "Pepinho paz e amor" deixou as polêmicas e a cabeça de quente de lado para jogar bola nesta Euro. Foi, ao lado de Hummels, o defensor do torneio. Não levou desvantagem contra sequer um centroavante que tenha enfrentado - incluindo aí jogadores como Mario Gomez e Van Persie. Firme por cima, exibiu categoria por baixo. O gol que não marcou contra a Alemanha, quando colocou a bola no ângulo e ela deu no travessão, foi uma das maiores injustiças de toda a competição.

Fábio Coentrão (Portugal): Alba foi um dos nomes da grande final, mas a Euro de Fábio Coentrão foi mais consistente. Ninguém jogou às suas costas, nem mesmo David Silva ou Thomas Müller. Ainda por cima, tinha fôlego de se juntar aos meias para armar o ataque. Uma afirmação, pois já fizera boa Copa do Mundo em 2010.

Gerrard (Inglaterra): para quem cobrava melhor desempenho dele na seleção, Steven Gerrard foi perfeito. Sempre de cabeça erguida, marcou os craques adversários como o mais simples dos volantes e armou a equipe como o mais genial dos meias. Jogou demais nos quatro jogos da Inglaterra.

De Rossi (Itália): foi zagueiro, líbero, volante e meia. Só não foi lateral, goleiro ou atacante porque não deu tempo. Jogou demais como zagueiro, líbero, volante e meia. Sua raça e polivalência foram fundamentais para a boa campanha da Itália.


Pirlo (Itália): craque da competição em 2012. Todas as jogadas da Itália passaram por ele. Repetiu os grandes momentos da Copa de 2006, quando também foi a principal peça do tetracampeonato mundial italiano.

Iniesta (Espanha): não teve nenhuma atuação destruidora, mas jogou muito bem em todas as partidas. Em alguns jogos onde Xavi não foi tão bem (na semifinal, por exemplo), foi ele quem assumiu a criação espanhola. Tem tanta inteligência e categoria que nem precisou jogar tudo o que sabe para ser o melhor jogador da única equipe bicampeã da história da Euro.

Cristiano Ronaldo (Portugal): a má atuação contra a Dinamarca não apaga os outros quatro jogos de Cristiano Ronaldo. Desta vez, como muito se cobrava, ele assumiu a responsabilidade na seleção portuguesa sempre. Contra a Alemanha, teve boa atuação. Decidiu diante da Holanda, fazendo dois gols, virando o jogo e classificando a equipe à segunda fase. Infernizou a vida dos tchecos nas quartas de final, marcando o gol da vitória e criando muitas outras oportunidades. Na semifinal, contra a Espanha, foi quem mais levou perigo sempre. Uma Euro digna de alguém do seu tamanho.

Balotelli (Itália): Gomez e Torres também são dignos de nota, mas Balotelli foi o jogador mais simbólico da Eurocopa. Ícone da luta contra o racismo na competição, alternou bons e maus jogos, mas nunca se omitiu. Foi um dos tantos artilheiros da competição, marcou três golaços e teve a maior atuação individual da competição, na vitória sobre a Alemanha.

Paulo Bento (Portugal): levou o desacreditado time português às semifinais através de um esquema muito equilibrado, pois era cauteloso sem ser retrancado, apostando em Ronaldo sem depender só dele. O time marcou e atacou, com jogadores cumprindo mais de uma função, quase sempre bem. Suas apostas individuais, como Varela na partida contra a Dinamarca, também deram certo. Terá dois anos para azeitar ainda mais a equipe e fazer uma ótima Copa em 2014, no Brasil.

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