Olhos em Forlán

26 de janeiro de 2000. Esta talvez tenha sido a última data em que uma estreia havia sido tão aguardada em Porto Alegre como a que teremos hoje. Naquela noite, o Grêmio recebia o Figueirense pela Copa Sul-Minas e apresentava várias de suas estrelas milionárias, contratadas com os dólares da ISL. Impacto semelhante à estreia de hoje à noite no Beira-Rio - nenhuma outra ocorrida neste período se aproxima, nem de perto.

Diego Forlán pode não estar no auge, mas há dois anos foi o craque da Copa do Mundo. Chega inegavelmente como solução para uma posição onde o Internacional pena há três anos, desde que Nilmar saiu: um segundo atacante. Fernandão o escalará na linha de frente, não no meio, como o próprio uruguaio. Não é a função que ele desempenhou na África do Sul, e é bom deixar isso claro. Na Copa, Forlán foi um quarto homem de meio-campo que se transformava em terceiro atacante em determinados momentos, juntando-se a Cavani e Suárez. Esta mexida de Oscar Tabarez, feita no segundo jogo, contra a seleção anfitriã, foi decisiva para o ótimo desempenho uruguaio na competição.

Só por isso, Forlán já fez bem ao Inter, mesmo sem entrar em campo. O 4-5-1 virou dogma no Beira-Rio desde a Libertadores de 2010, mas Taison deixou o clube há dois anos. Desde lá, não faz mais sentido manter esta formação. Vários jogadores se sacrificaram por conta deste esquema: Rafael Sobis, Giuliano e Dagoberto são alguns deles. O problema, agora, é a falta de um centroavante. Maurides é novo, mas sabe jogar ali melhor que Jajá, que sequer atacante é e teve atuação ruim em Florianópolis. No meio, Fred se mantém, um acerto. Na zaga, Bolívar já é o novo titular. Poucos perceberam isso. Moledo já está recuperado, mas o velho capitão ganha espaço com Fernandão.

O que não para esperar é que Forlán já chegue decidindo, até porque o Inter segue desfalcado e enfrenta um adversário superior a ele hoje. O Vasco é praticamente o mesmo time do ano passado, tem um conjunto fortíssimo apesar das saídas de Fagner e Diego Souza e vem ganhando de todo mundo. Juninho tem sido o melhor jogador do Brasileirão ao lado do atleticano Bernard, Alecsandro empilha gols, Éder Luís segue perigoso, Dedé é a fortaleza defensiva de sempre. É o primeiro grande teste de Fernandão, depois de pegar os dois piores times do campeonato em sequência.

Para igualar (e superar) 2008
Caso vença o Coritiba hoje, o Grêmio iguala a sequência de cinco vitórias seguidas obtidas em 2008, quando derrotou o próprio Coxa, Vitória, Ipatinga, Atlético-MG e São Paulo e disparou na liderança. Além disso, é a chance também de superar a marca daquele próprio ano e chegar a 27 pontos em 13 rodadas - a melhor do clube nos pontos corridos é de 25, naquele mesmo ano.

O jogo é muito difícil. O Coritiba raramente perde em casa, vem embalado por uma boa vitória contra o Náutico e o tricolor tem os desfalques de Souza e Kleber. Um empate já é bom resultado, mas o momento do time permite sonhar com mais.

Em tempo:
- Líder Criciúma aplicou 4 a 1 no Barueri fora de casa e disparou na liderança da Série B, com 32 pontos. O Vitória, porém, pode se aproximar hoje, caso vença o CRB em casa. Os baianos têm 28.

Comentários

Rodrigo Cardia disse…
No fim, até o placar foi o mesmo daquele Grêmio x Figueirense: 0 a 0.
Vicente Fonseca disse…
Haha, é mesmo. Lembro até hoje do completo anticlímax que foi quando o Agnaldo Agnight foi o primeiro jogador anunciado como "estrela" do time - era por ordem alfabética