Nada de festinha

O Palmeiras que "estreou" no Campeonato Brasileiro neste domingo nada tem a ver com a cara comum dos times que recém levantaram taças. Longe da ressaca, freio de mão puxado ou falta de mobilização, a equipe de Felipão demonstrou no clássico contra o São Paulo as mesmas qualidades que a levaram a conquistar a Copa do Brasil: espírito de luta, esforço e qualidade nas bolas paradas. Merecia melhor sorte que o empate em 1 a 1.

Ney Franco estreou na casamata são-paulina e já viu que terá bastante trabalho pela frente. Hoje, seu time não foi melhor que o Palmeiras quase nunca. Entusiasmado pela conquista da última quarta, o Verdão começou o jogo em cima, mas sofreu um gol de Luís Fabiano, no oportunismo, logo aos 12 minutos. A hora de era ver como o Palmeiras reagiria diante de uma desvantagem, algo não visto nos mata-matas contra Grêmio e Coritiba. Reagiu como sempre, ora: cheio de vontade, o que compensou eventuais dificuldades técnicas.

Valdívia era bem controlado por Denílson, e assim faltava criação, mas nunca entrega. Felipão enxergou isso e resolveu tirar Maurício Ramos para colocar Maikon Leite, colocando Henrique na zaga, abrindo o time, dando parceria ao chileno e indo para cima do São Paulo. Plano que quase ruiu antes dos 10 minutos, com a expulsão de Henrique. O Palmeiras estava extremamente desfalcado, era tecnicamente inferior e ainda estava desvantagem. Sinônimo de derrota consumada?

Não. Porque o Verdão teve muito mais atitude que seu rival. Aos 11 minutos, Valdívia foi derrubado pelo estreante Rafael Tolói na área. Pênalti, que o próprio chileno desperdiçou. Nem assim a equipe se abalou. Na base da raça, o Palmeiras seguiu pressionando até chegar ao empate, com o baixinho Mazinho cabeceando em meio aos zagueiros são-paulinos na pequena área.

O Palmeiras segue na zona de rebaixamento e tem inúmeros desfalques que complicam a vida de Felipão. A má posição na tabela contribuiu para que o time não jogasse "de ressaca" hoje. Luiz Felipe sabe dos problemas e do quão ruim é se acostumar ao final da tabela. Mas com a união demonstrada na Copa do Brasil e repetida hoje, o Palmeiras deve sair das últimas colocações, e não tardará muito. Já ao São Paulo, que tem grandes jogadores na maioria das posições, faltam brios. Hoje a equipe de Ney Franco aceitou passivamente o domínio que os palmeirenses imprimiram, mesmo com inferioridade numérica. Falta grave de postura, e um dos principais desafios para o novo técnico - já que qualidade não falta.

Em tempo:
- Público extremamente decepcionante na Arena Barueri. Por ser clássico e por vir o Palmeiras de um título. Era jogo para estádio cheio.

Campeonato Brasileiro 2012 - 9ª rodada
15/julho/2012
PALMEIRAS 1 x SÃO PAULO 1
Local: Arena Barueri, Barueri (SP)
Árbitro: Péricles Bassols Pegado Cortez (RJ)
Público: 8.374
Renda: R$ 301.620,00
Gols: Luís Fabiano 12 do 1º; Mazinho 36 do 2º
Cartão amarelo: Maikon Leite, João Vítor, Cicinho, Rafael Tolói, Denílson e Osvaldo
Expulsão: Henrique 8 do 2º
PALMEIRAS: Bruno (6), Artur (5,5), Maurício Ramos (5,5) (Maikon Leite, intervalo - 5,5), Leandro Amaro (6) e Juninho (5,5); Henrique (4), Márcio Araújo (5,5), João Vítor (6) e Valdívia (5,5); Mazinho (6,5) (Fernandinho, 42 do 2º - sem nota) e Betinho (4,5) (Cicinho, 14 do 2º - 5). Técnico: Luiz Felipe
SÃO PAULO: Denis (7,5), Douglas (5,5) (Willian José, 41 do 2º - sem nota), Rafael Tolói (5), Rhodolfo (6) e Cortês (5,5); Denílson (6) (Maicon, 26 do 2º- 5), Casemiro (6) (Rodrigo Caio, 17 do 2º - 5,5), Cícero (4,5) e Jadson (5); Osvaldo (6) e Luís Fabiano (6). Técnico: Ney Franco


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