Forlán merecia mais

Internacional e Vasco fizeram um dos jogos mais decepcionantes deste Campeonato Brasileiro. Muito se espera de ambos, pelos times que possuem, mas o que se viu no Beira-Rio foi um festival de passes errados, falta de criatividade de lado a lado e poucas situações de perigo. Tudo fruto dos desfalques, principalmente do lado colorado.

Era esperado que o Inter tivesse dificuldades. São muitos jogadores que estão de fora, e é cansativo enumerá-los mais uma vez. A grande esperança de mudar as coisas era o estreante da noite, o mais aplaudido quando os alto-falantes do Beira-Rio anunciaram os times. Forlán teve uma atuação razoável, até boa dentro de suas possibilidades. Jogou um tempo e meio, movimentou-se bastante, perdeu um gol que não costuma (deslocou-se muito bem para criar a situação, no entanto) e saiu cansado. Ainda está longe do ideal, mas já é o suficiente para ser titular com sobras do ataque.

O Vasco foi uma sombra do que tem sido. Juninho fez falta, mas Felipe é um jogador qualificado, que teve boa atuação. Carlos Alberto, a seu lado, também. Não passou tanto pela ausência do maestro do time a má atuação. O time cruz-maltino pensou o jogo pequeno. Sair do Beira-Rio com um empate é sempre um bom resultado no âmbito do Campeonato Brasileiro, mas as fragilidades que tem o Inter no momento permitiam projetar uma vitória. Em todo o jogo, a equipe teve duas ou três chegadas perigosas - a maior delas com Carlos Alberto, no finzinho, após ótima tabela com Felipe.

Depois de um começo equilibrado, o Inter melhorou só na segunda metade do primeiro tempo, já sem D'Alessandro, mais uma vitimado pelas dores na coxa esquerda. Com Fred bem marcado, Guiñazu passou a ser, além de um volante eficientíssimo, um armador. Numa de suas criações, deixou Forlán na cara do gol.  Fora o uruguaio, no entanto, faltou qualidade. Tanto para definir as jogadas como para jogar com Forlán. Jajá repetiu o desempenho bisonho de Florianópolis. Dagoberto fez falta, Dátolo vem fazendo falta (volta em 10 dias, segundo Luciano Davi), D'Alessandro fez falta o ano inteiro, pois mal jogou em 2012. Pelo visto, só volta no returno.

O resultado não é ruim para quem jogou muito desfalcado, mas também não é bom para quem jogou em casa. Para o Vasco, não é ruim sair de Porto Alegre com um ponto a mais, mas não é bom poder deixar o Atlético-MG disparar amanhã - ou o Flu encostar, dependendo do resultado do jogaço do Engenhão. Ruim, mesmo, foi para quem viu o jogo. Nem os desfalques explicam uma partida tão fraca e chocha como esta que marcou a estreia de Forlán no futebol brasileiro.

Campeonato Brasileiro 2012 - 13ª rodada
28/julho/2012
INTERNACIONAL 0 x VASCO 0
Local: Beira-Rio, Porto Alegre (RS)
Árbitro: Wilson Luiz Seneme (SP)
Público: 18.012
Renda: R$ 339.610,00
Cartão amarelo: Fred, Guiñazu e Dedé
INTERNACIONAL: Muriel (5,5), Elton (6), Bolívar (6), Índio (5,5) e Fabrício (5,5); Ygor (5) (Josimar, 35 do 2º - sem nota), Guiñazu (7), Fred (5,5) e D'Alessandro (5,5) (Marcos Aurélio, 26 do 1º - 5,5); Jajá (3,5) e Forlán (5,5) (Maurides, 23 do 2º - 5,5). Técnico: Fernandão
VASCO: Fernando Prass (5,5), Auremir (6), Douglas (5,5) (Fabrício, 34 do 2º - sem nota), Dedé (7) e William Matheus (5); Wendel (5), Fellipe Bastos (5), Felipe (6) e Carlos Alberto (5,5); Éder Luís (4,5) (William Barbio, 22 do 2º - 5,5) e Alecsandro (4). Técnico: Cristóvão Borges


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