Caiu o invicto

A cada rodada, o Grêmio se afirma mais. A vitória sobre o Fluminense é não apenas a da confirmação da grande fase que vive a equipe de Luxemburgo (o jogo contra o Botafogo foi o que confirmou), mas a simbólica derrubada do último invicto do Campeonato Brasileiro, que veio a Porto Alegre sem Deco, mas com um sistema montado para impedir que o tricolor gaúcho jogasse.

Por um bom tempo de jogo, o Flu conseguiu seus objetivos. O Grêmio teve sempre a iniciativa, mas o primeiro tempo foi muito equilibrado. Abel Braga, quem diria, montou um sólido sistema defensivo. Congestionou o meio-campo, colocou três zagueiros para marcar os dois atacantes gremistas, postou os alas de um modo a impedir os avanços pelos lados de Elano, Edilson, Zé Roberto e Pará. Só faltou o contra-ataque, mas não culpa de Abel, mas de Luxemburgo.

Com as linhas defensivas adiantadas, o Grêmio prensava o Fluminense em sua intermediária defensiva e apanhava todos os rebotes. Faltava espaço e oportunidades claras, mas era quase impossível ser surpreendido em contra-golpes. Thiago Neves foi anulado pelos volantes. Wellington Nem esteve bem marcado. Fred perdeu quase todas por cima para Gilberto Silva e por baixo para Werley. Cada vez que voltava para armar, ao menos três gremistas o cercavam.

As chances começaram a aparecer aos poucos. Na base de trocas de passes muito pacientes, o Grêmio tentava achar espaços. Edilson, definitivamente em uma melhor condição técnica que nos idos de 2010, foi uma das principais alternativas no segundo tempo. Aos 13, invadiu a área e chutou rasteiro, para defesa de Diego Cavalieri. Aos 16, bateu falta de longe, forte, para nova defesa do goleiro. Aos 24, recebeu de Elano, que bateu falta rápido, e cruzou para Moreno. O boliviano não conseguiu concluir, mas Kleber sim. Na única desatenção do Flu no jogo inteiro, o gol gremista. Em jogos assim, de alto nível e muita competitividade, o detalhe decide.

Mais uma vez, vários jogadores merecem destaque. A dupla de zaga passou por seu maior teste no ano. Gilberto Silva, ao contrário da derrota para o Figueirense no ano passado, esteve longe de sofrer com Wellington Nem. Méritos de Pará, que o marcou bem e não deixou o pentacampeão exposto ao contato direto com o ponta. Gilberto e Werley anularam Fred o jogo todo. Fernando e Souza controlaram Thiago Neves. Zé Roberto não foi brilhante, mas importante. Elano iniciou a jogada do gol com astúcia. Kleber marcou o gol e segurou bem a bola no fim, sendo expulso injustamente.

O Fluminense foi prejudicado pelos desfalques. Deco faz muita falta. Além de ser um craque, não tem substituto à altura. Como Wagner não tem dado resposta, Abel optou por mudar o esquema. Mas o elenco é ótimo. Prova é que a equipe levou o jogo em equilíbrio com o Grêmio o tempo todo e, na hora de buscar o empate, colocou em campo Wagner, Sobis e Rafael Moura, todos ótimos jogadores.

Em tempo:
- Desastrosa arbitragem de Wilton Pereira Sampaio. Errou na marcação de várias faltas e até laterais, expulsou Kleber de forma inexplicável e não deu um pênalti de Edilson - embora Marcelo Grohe tenha sofrido falta no mesmo lance, a gravata do lateral gremista foi mais escandalosa. Mais uma arbitragem ruim no Campeonato Brasileiro.

Campeonato Brasileiro 2012 - 12ª rodada
25/julho/2012
GRÊMIO 1 x FLUMINENSE 0
Local: Olímpico Monumental, Porto Alegre (RS)
Árbitro: Wilton Pereira Sampaio (GO)
Público: 27.405
Renda: R$ 518.534,00
Gol: Kleber 23 do 2º
Cartão amarelo: Pará, Souza, Fernando, Marcelo Moreno, Anderson, Carleto, Edinho e Fábio
Expulsão: Kleber 43 do 2º
GRÊMIO: Marcelo Grohe (5,5), Edilson (6,5), Werley (7), Gilberto Silva (7) e Pará (5,5); Fernando (6), Souza (6), Elano (6,5) (Marquinhos, 34 do 2º - sem nota) e Zé Roberto (6) (Léo Gago, 34 do 2º - sem nota); Kleber (7) e Marcelo Moreno (5,5) (André Lima, 37 do 2º - sem nota). Técnico: Vanderlei Luxemburgo
FLUMINENSE: Diego Cavalieri (6), Gum (6) (Wagner, 29 do 2º - 4,5), Leandro Euzébio (5,5) e Anderson (6); Wallace (5,5), Edinho (5,5) (Rafael Sobis, 29 do 2º - 5,5), Fábio (5), Thiago Neves (4,5) e Carleto (5,5); Wellington Nem (5) (Rafael Moura, 35 do 2º - sem nota) e Fred (5). Técnico: Abel Braga


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