Batalha empatada

Polônia e Rússia fizeram um clássico com todos os ingredientes que tornam este tipo de jogo especial. Além do clima de tensão que serviu como pano de fundo para a partida, tivemos um confronto estudado, tático, corrido, emocionante. E muito equilíbrio, que justificou o empate em 1 a 1.

O começo foi polonês. Com muito ímpeto, o time da casa se jogou para cima e ignorou a melhor qualidade técnica dos russos. Houve grande pressão. Logo aos 6 minutos, Boniesch obrigou o goleiro Malafeev a uma grande defesa no chão após cabeçada. O arqueiro russo, aliás, foi o melhor nome da partida. Aos 10, foi Lewandowski que quase abriu em um sem-pulo lindíssimo. Polanski, Kuba e Obraniak tramavam ótimas combinações e empurravam o time para a frente.

Aos poucos, porém, a pressão foi diminuindo e a Rússia foi se encontrando. Aí, foi a vez de Arshavin trazer a equipe para cima dos poloneses. Com toques de qualidade, lançamentos e contra-golpes puxados em velocidade, o camisa 10 teve atuação no nível de sua excepcional Euro de 2008. Foi dele o cruzamento para o desvio de nuca de Dzagoev (deja-vu?), quando os russos já faziam por merecer a vantagem.

O segundo tempo começou parecido com o primeiro. A tônica era uma só: a Polônia viria para cima com tudo e a Rússia exploraria os contra-golpes. Com menos de um minuto, Lewandowski já perdia grande chance, parando em Malafeev. Aos quatro, a história e os personagens se repetiriam. E, por incrível que pareça, o gol polonês não surgiu num momento de pressão, mas sim foi derivado de um ataque russo mal executado por Arshavin. Na recuperação da Polônia, a jogada terminou num tirambaço de Kuba, indefensável para o ótimo goleiro russo.

O resultado não é ruim para ninguém. Aos poloneses, o maior pesadelo desta Euro era perder para os russos. Com dois pontos, a Polônia enfrenta a República Tcheca precisando da vitória - único resultado que lhe serve. A Rússia, ainda líder, passa até se empatar com a Grécia. Perdendo, torce por empate no jogo entre poloneses e tchecos.

Mais cedo
Em cinco minutos, a República Tcheca definiu a vitória sobre a Grécia, 2 a 1. Os dois gols cedo mataram os gregos, que não têm criatividade para buscar um resultado adverso. Marcaram um gol ao acaso, em erro incomum e clamoroso de Cech. Os tchecos provaram que sofrem muito sem Rosicky. Quando o meia deixou o jogo, a criação simplesmente sumiu. Baros não é nem sombra do grande artilheiro da Euro 2004 - desde lá, aliás, nunca mais jogou bem.

A Grécia enfrenta a Rússia. Passa se vencer, somente. Os tchecos jogam com os anfitriões poloneses, e também dependem só de si: vencendo se garantem. Empatando, torce para que a Grécia não vença a Rússia, a menos que seja por goleada histórica. Lembrando sempre: o confronto direto é o primeiro critério de desempate, à frente do saldo de gols.

Eurocopa 2012 - Grupo A - 2ª rodada
12/junho/2012
POLÔNIA 1 x RÚSSIA 1
Local: Nacional, Varsóvia (POL)
Árbitro: Wolfgang Stark (ALE)
Público: 55.920
Gols: Dzagoev 37 do 1º; Kuba 12 do 2º
Cartão amarelo: Lewandowski, Polanski, Denisov e Dzagoev
POLÔNIA: Tyton (6), Pieszczek (5,5), Wasilewski (6,5), Perquis (6) e Boenisch (6); Dudka (5,5) (Mierzejewski, 28 do 2º - 5), Polanski (7) (Matuszczyk, 40 do 2º - sem nota), Murawski (5,5), Obraniak (7) (Brozek, 47 do 2º - sem nota) e Kuba (6,5); Lewandowski (6,5). Técnico: Franciszek Smuda
RÚSSIA: Malafeev (7,5), Anyukov (5,5), Berezutski (6,5), Ignashevich (6,5) e Zhirkov (6); Shirokov (5,5), Denisov (5,5) e Zyryanov (6); Kerzhakov (5,5) (Pavlyuchenko, 24 do 2º - 5), Dzagoev (6,5) (Izmailov, 34 do 2º - sem nota) e Arshavin (7). Técnico: Dick Advocaat

Foto: AP.

Comentários

Sancho disse…
Me ganhou na citação do Pedro Jr.