Tudo igual no barral carioca

Vasco e Corinthians foi um jogo tão com a cara da Libertadores que daqui a alguns anos muitos perguntarão se é verdade que foi mesmo disputado no Rio de Janeiro. A lama que tomou conta de São Januário pode facilmente levar muitos a crer que o confronto ocorreu no inverno gaúcho, argentino ou uruguaio. O barral sujou todo o uniforme dos paulistas, fez Éder Luís perder a preleção do intervalo para tomar um bom banho após enlamear-se em dividida com Danilo e deu um clima de guerra especial a um confronto equilibrado e que teve como 0 a 0 um resultado injusto, mas que reflete o jogo de um modo geral.

É interessante notar como os dois sistemas táticos eram parecidos. O Vasco entrou com dois volantes mais presos, Rômulo e Nilton, mas tinha em Juninho o jogador que fazia o vaivém com muita qualidade. Um meia -atacante, Diego Souza, e um velocista, Éder Luís, encostando no centroavante. O Corinthians tinha um volante fixo, Ralf, um mais móvel, Paulinho, dois meias clássicos, Alex e Danilo, e um velocista, Jorge Henrique, que encostava em Émerson, que não era bem um centroavante. Um 4-2-3-1 também, embora com funções diferentes.

O embate tático prometia, mas as condições do gramado prejudicaram um pouco o bom andamento da partida. Nada que impedisse os times de tocar a bola, mas escorregava e dificultava, por exemplo, as jogadas de Éder Luís (mesmo assim o melhor em campo) e Jorge Henrique. O Corinthians mostrou uma postura inicial perfeita, com posse de bola, impedindo o Vasco de exercer pressão. Mas criava pouco.

No segundo tempo, a postura vascaína foi outra. Explorando as laterais e a interminável vitalidade de Juninho, o time carioca veio para cima e prensou o Corinthians em sua defesa. Mas a segurança da equipe de Tite é impressionante. O time paulista conseguiu sair de São Januário com um empate (embora o gol marcado por Alecsandro tenha sido incorretamente anulado pela arbitragem) que lhe permite decidir a sorte no Pacaembu.

Nunca o Timão esteve tão preparado para ser campeão da Libertadores. É um time muito sólido, que trabalha bem mais do que os anteriores em prol deste objetivo. Ontem, no entanto, deveria ter perdido. Jogou um pouco menos que o Vasco, o que é natural para um visitante, mas só não perdeu por conta de um erro de arbitragem. Ter sorte faz parte, mas serve de alerta: o Vasco tem condições de sair do Pacaembu classificado. Basta um empate com gols.

Taça Libertadores da América 2012 - Quartas de Final - Jogo de ida
16/maio/2012
VASCO 0 x CORINTHIANS 0
Local: São Januário, Rio de Janeiro (RJ)
Árbitro: Sandro Meira Ricci (BRA)
Público: 20.510
Renda: R$ 911.670,00
Cartão amarelo: Nilton, Juninho, Alessandro e Jorge Henrique
VASCO: Fernando Prass (6,5), Fagner (6), Renato Silva (5,5), Rodolfo (5,5) e Thiago Feltri (5,5); Nilton (5), Rômulo (6), Juninho (6,5) (Felipe, 26 do 2º - 5) e Diego Souza (5,5) (Carlos Alberto, 26 do 2º - 6); Éder Luís (6,5) e Alecsandro (4,5). Técnico: Cristóvão Borges
CORINTHIANS: Cássio (6), Alessandro (5), Chicão (5,5), Leandro Castan (6,5) e Fábio Santos (5); Ralf (5,5), Paulinho (5,5), Danilo (5,5) (Elton, 41 do 2º - sem nota) e Alex (5,5) (Douglas, 34 do 2º - sem nota); Jorge Henrique (5) e Émerson (5,5) (Willian, 37 do 2º - sem nota). Técnico: Tite


Comentários

Paul disse…
Apenas para constar, passaram o tira-teima agora no Redação SporTv e o Alecone estava mesmo impedido. Por cm, mas estava.
Eu vi 500 replays ontem e jurava que o gol tinha sido legal.
Vicente Fonseca disse…
Ontem, na transmissão, parecia impedido. O lance é muito difícil, e dá pra absolver qualquer decisão que seja tomada. Mesmo o tira-teima pode falhar. Basta o cara que o controla parar o lance em um frame adiantado ou atrasado, mudando a posição de todos na jogada. Complicadíssimo.