Sob medida

O empate foi mesmo um ótimo resultado para o Internacional. E não foram apenas as circunstâncias anteriores ao jogo (muitos desfalques) que pesam nesta avaliação: foram as de dentro da partida, principalmente.

Reestreando Ibson, o Flamengo começou disposto e aproveitou o desentrosamento colorado. Fez 2 a 0 em 16 minutos e dominava o jogo de tal forma que uma goleada parecia o destino inevitável da partida. Os erros bisonhos de Índio no segundo gol carioca e em outros lances eram a prova disso. Mas sabia-se que o Inter, mesmo desfalcado, era menos instável que o time de Joel Santana. E foi assim que o Colorado descontou duas vezes até empatar, com Dátolo: aproveitando-se da insegurança, dos nervos à flor da pele, do clima terrível que vive o Flamengo.

O empate em 3 a 3, embora emocionante, nada teve de espetacular. Foi uma partida onde o placar alto se deve às fragilidades de ambos os lados. O Inter, pela fraqueza técnica do time que entrou em campo; o Flamengo, por sua insegurança tanto defensiva como quanto equipe. Era impressionante, por exemplo, como os ataques tinham facilidade em ingressar na área adversária. Não por serem brilhantes, longe disso.

Ronaldinho é um capítulo à parte. Mais uma atuação instável, com alguns lampejos, mas omissão e erros comprometedores. Sua comemoração no gol que marcou de pênalti, poucos notaram, foi irônica: tirou o chapéu para um pedaço de vazio de arquibancada, ignorando o resto do estádio que tinha público. Saiu vaiadíssimo. Está sem clima algum para continuar na Gávea.

No Inter, destaque para Fabrício (deu o passe para um gol e marcou outro, num chute espetacular) e Dátolo, o único jogador lucido da equipe do meio para a frente. Sua boa atuação pode ser considerada ótima se levarmos em conta que foi o único criador da equipe - deveria dividir a tarefa com Dagoberto, mas este foi discreto. O Inter pode ter problemas em vários setores mas, sem dúvida, tem o melhor elenco de meias do futebol brasileiro - e foi isso, além dos problemas flamenguistas, que garantiu este valioso ponto no Engenhão.

Aperitivo
Em 2010, Inter e São Paulo foram definidos como semifinalistas da Libertadores e, três dias depois, jogaram no Beira-Rio pelo Brasileirão, por coincidência. Deu São Paulo, fácil (2 a 0), mas na Libertadores, mais adiante, o Colorado levou a melhor. O exemplo cabe bem para a situação de Grêmio e Palmeiras, que jogam hoje à tardinha na Azenha. É um aperitivo do que veremos daqui a 20 dias, mas o resultado de hoje nada tem a ver com o que teremos na Copa do Brasil. Mas vale à pena conferir, claro, por vários motivos: a semifinal, Felipão, Luxemburgo...

O líder
A bicicleta de Alecsandro deu ao Vasco a segunda vitória no Campeonato Brasileiro. Com Corinthians e Santos na Libertadores e outros times na Copa do Brasil, os cruz-maltinos são, ao lado de Inter e Fluminense, os principais candidatos a largarem na frente na competição. O sábado ainda teve dois empates: Atlético/GO 1 x 1 Ponte Preta e a paupérrima partida do Cruzeiro de Celso Roth, que escapou de perder para o Náutico nos Aflitos e saiu com seu segundo 0 a 0 no campeonato.

Sobe ou não sobe?
É tensa a situação do River Plate na segundona argentina. Neste sábado, os millonarios visitaram o líder Rosario Central e ficaram no 0 a 0. Há três rodadas do fim, o River tem 67, contra 69 do Central. O Instituto tem os mesmos 67, mas saldo inferior. Hoje, a equipe da capital não precisaria jogar a Promoción, subiria direto. Mas a briga segue ferrenha.

Boa vitória
A seleção brasileira foi bem. Comandada por Hulk e Oscar bateu a Dinamarca com facilidade. Só foi 3 a 1 porque o time tirou o pé no segundo tempo. Os dinamarqueses, não custa lembrar, estão na Eurocopa e têm uma equipe bastante razoável. Um alento para o conturbado trabalho de Mano Menezes.


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