Os fatores que embolam a decisão

Há um abismo entre os dois finalistas do Campeonato Gaúcho. Mas o Caxias tem uma chance de ser campeão, mesmo que o Inter seja bem superior: o jogo de hoje. Não tanto por jogar em casa (o Inter não é de se abalar com estádios argentinos, que dirá com o Centenário de Caxias do Sul), mas especialmente por conta dos desfalques colorados, que são muitos e podam da equipe muito de seu poder ofensivo.

A participação de Oscar é um alento para Dorival Júnior. Entrar dependendo de Jajá, Jô e Gilberto para marcar gols seria complicado. Mesmo assim, serão dois jogadores medianos com um acima da média, mas sem ritmo de jogar. Ninguém sabe o que esperar de Oscar. Mas também ninguém sabe o que esperar do Caxias, que, a exemplo de Oscar, também está sem jogar há um bom tempo - um mês, só que o time todo, não só um atleta.

Para um jogador, uma parada de sete semanas nunca é boa. Mas para um time, muitas vezes, ficar um mês só treinando é positivo. O próprio Dorival Júnior admitiu que não chegou a uma conclusão, se foi bom ou ruim para o Caxias estes 28 dias longe das competições. É mais um fator de imprevisibilidade. Mas toda imprevisibilidade favorece, em tese, ao time mais fraco. Já que o previsível, se ambos estivessem em condições normais, seriam duas vitórias do Internacional.

É uma final com favorito, mas cheia de fatores externos os quais não sabemos o quanto podem influenciar no campo de jogo. E a chance do Caxias de usar tudo isso a seu favor é hoje. Semana que vem o Inter já terá Dátolo, Dagoberto e Leandro Damião de volta. Aí o resultado fica bem mais fácil de prever.

São Paulo
A FPF diminuiu demais as chances do Guarani ao retirar criminosamente um dos jogos da final do Brinco de Ouro. Qual a alegação para isso? O mando é da federação, mas em 2009 e 2011 a Vila Belmiro recebeu partidas entre Santos e Corinthians na Vila Belmiro, que tem 20 mil pessoas de capacidade. O estádio do Bugre pode receber até 32 mil torcedores, quase o mesmo que o Pacaembu. A FPF só traz mando para a Capital quando algum time fora dos quatro grandes chega à final - caso do Santo André de 2010, também. Aí fica fácil.

O Santos, mesmo assim, seria o favorito. Mas seria muito mais interessante e competitivo jogos nas casas de Guarani e Santos, com equilíbrio. Na Capital, o Peixe tem muito mais torcida. Jogará, na prática, com dois mandos.


Rio de Janeiro
O Fluminense é melhor time, mas tem quatro desfalques. O Botafogo, por sua vez, tem o retorno de cinco titulares e vai completo, cheio de meias de boa qualidade. Ambos disputam competições mais importantes paralelamente. Decisão sem favoritos no Carioca.

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